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Secas na África ameaçam extinção completa de elefantes

Falta de água no habitat de elefantes acelera o processo de extinção da espécie, que demanda centenas de litros por dia para sobreviver

Secas na África ameaçam extinção completa de elefantes

Imagem: Mikell Darling/Unsplash/Reprodução

As constantes secas na África criaram um cenário devastador para os elefantes. Esses animais, que já correm risco de extinção, vivem em habitats com uma crescente escassez de água. 

A falta tem relação direta com as mudanças climáticas. Nos últimos anos, o continente africano enfrentou um aumento de longas e intensas secas, especialmente nas regiões sul e leste – onde a presença de elefantes é mais comum. 

Pesquisas realizadas em 2003 já mostravam que elefantes do Zimbábue estavam sob maior risco de extinção depois da morte de diversos animais durante as prolongadas faltas de chuva no país. 

Em 2016, o evento voltou a se repetir depois que o fenômeno El Niño atingiu o sul do continente. À época, mantenedores do Parque Nacional de Hwange perfuraram poços para aliviar a sede de mais de 8 mil elefantes.

A escassez de água também reduz a disponibilidade de alimentos, o que faz com que os elefantes morram de fome. Sem a hidratação e nutrição necessária, os bebês elefantes morrem ou não se desenvolvem adequadamente, o que aumenta a chance de extinção da espécie. 

Esse risco já existe. Em 1800, estima-se que existiam até 26 milhões de elefantes na África. Hoje, são 415 mil, segundo a IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza, na sigla em inglês). Grande parte desses animais foi vítima da colonização europeia, caça furtiva, perda de habitat e, agora, das mudanças climáticas. 

Elefantes precisam de muita (muita!) água 

Todos os animais precisam de água para sobreviver, mas não como os elefantes. A fisiologia desses animais demanda centenas de litros de água por dia – especialmente quando faz muito calor. Eles não suam e, por isso, o calor se acumula em seus corpos. 

Por consequência, altas temperaturas internas podem interromper a função das células, tecidos e órgãos, como o fígado. Quando isso acontece, adoecem rapidamente e morrem. 

O acúmulo de calor vem através do metabolismo natural desses animais, além da atividade física e da absorção do ambiente. Ele se dissipa depois, mas nem sempre da forma mais adequada. 

Como os elefantes não têm glândulas sudoríparas e, em vez disso, vivem sob uma pele muito grossa, a perda de calor se torna bastante demorada.

Eles também são os maiores mamíferos terrestres – chegam a pesar até oito toneladas –, e esse tanto de volume corporal não facilita para lidar com a falta de água. Por isso, vivem perto de rios e lagos e usam a água para borrifar e nadar – uma forma de “imitar” o suor e os esfriar. 

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