“Game of Death” (em português: “Jogo da Morte”) é um filme incompleto estrelado, escrito, dirigido e produzido por Bruce Lee. O ator, que se tornou referência mundial em artes marciais, morreu durante as gravações da produção em 1973, embora o longa tenha sido finalizado e lançado postumamente em 1978.
Para que “Game of Death” não ficasse inacabado, foram usados recursos de dublês, montagens e cenas de outros filmes nas partes que faltavam. No longa, o personagem de Bruce Lee simula sua própria morte. As imagens do funeral de seu personagem são, na verdade, cenas reais do próprio velório do ator.
As filmagens começaram em 1972, sendo interrompidas duas vezes. Na primeira, Bruce Lee preferiu dedicar-se a um novo projeto, o longa “Operação Dragão”. Após concluído, o ator decidiu então retomar, mas morreu logo em seguida, em 1973, de um edema cerebral. Com isso, “Game of Death” foi lançado somente em 1978.
“Game of Death” usa apenas as filmagens das três cenas de luta que Lee foi capaz de completar. A premissa do filme era envolver Bruce em um agasalho amarelo lutando contra expoentes de diferentes artes marciais em cada nível. Na trama, existem grandes temas de artes marciais vistos nas lutas.
Pensando nisso, o site especializado em cinema ScreenRant analisou minuciosamente cada uma delas, incluindo a clássica contenda com Kareem Abdul-Jabbar, astro histórico da NBA, aloiga profissional de basquete dos EUA. Confira:
Bruce Lee x Dan Inosanto
O primeiro oponente de Lee em “Game of Death” é um mestre em armas, interpretado pelo amigo íntimo e aluno Bruce, Dan Inosanto. Ambos trazem diferentes tipos de armas de artes marciais para a batalha. Primeiro, Inosanto usa um par de bastões Kali. Depois, quebra um par de nunchaku, enquanto Lee começa com uma vara de bambu, antes de empunhar seu próprio conjunto de nunchaku.
Isso destaca o tema final da luta sobre flexibilidade em combate. O ScreenRant aponta que “usando o armamento como base para a cena, Lee transmite sua filosofia de combate armado e desarmado, exigindo tanto uma mentalidade flexível quanto uma técnica flexível para ser eficaz”.
O oponente de Bruce, embora seja um ótimo lutador, está um pouco atrás em termos de flexibilidade combativa. Isso acaba levando à sua morte, com o mestre das artes marciais quebrando seu pescoço com o nunchaku. Uma demonstração de aplicação de flexibilidade ao combate.
Bruce Lee x Ji Han Jae
O próximo oponente de Bruce é um mestre do Hapkido, interpretado pelo expoente da luta na vida real, Ji Han Jae. Com a arte marcial sul-coreana combinada com técnicas de ataque com arremessos e manipulações conjuntas, o oponente de Lee tem uma maneira eficaz de conter os ataques jogando-o repetidamente no tatame.
Como na cena de luta de abertura de “Operação Dragão”, Lee consegue contra-atacar com algumas quedas e arremessos antes de quebrar as costas do oponente no joelho. Tudo isso destaca o grande ponto da cena de luta: a importância de ter ritmo.
Bruce Lee x Kareem Abdul-Jabbar
O oponente final de Lee no tatame é Hakim, interpretado pela lenda do basquete da NBA, Kareem Abdul-Jabbar. Na luta, o diferencial de tamanho e força entre os dois é imenso. Como o maior vilão em qualquer filme de Bruce Lee, ele não pode dominar Hakim com força absoluta. Porém, encontra maneiras de contornar isso. Ele desgasta o oponente com repetidas quedas no tatame e usa a sensibilidade à luz contra ele. Superficialmente, a luta de Lee com Jabbar é uma metáfora muito direta de como se adaptar a um inimigo maior e mais forte. Por fim, Lee leva a luta para o chão para estrangular Hakim e quebrar seu pescoço.