O lendário ator e artista marcial norte-americano Bruce Lee pode ter morrido por beber água demais. Pelo menos, é o que diz um novo estudo conduzido por pesquisadores espanhóis e publicado na revista Clinical Kidney Journal.
Lee, que estrelou sucessos como “O Vôo do Dragão” e “A Fúria do Dragão”, ambos de 1972, morreu repentinamente em 20 de julho de 1973, quando tinha apenas 32 anos. À época, a autópsia classificou a morte como edema cerebral, ou inchaço no cérebro.
Especialistas sempre questionaram o laudo: o cérebro do ator pesava 3,5 kg no momento de sua morte, enquanto o peso do órgão humano médio fica em torno de 3 kg.
Por causa disso, muitas teorias da conspiração se formaram ao redor da morte do artista. As inúmeras hipóteses incluíam assassinato de gangsters e, a mais recente, insolação.
Agora, os especialistas em rins apontam que na verdade Lee morreu de disfunção renal. Segundo eles, o ator sofreu uma incapacidade renal de excretar o excesso de água. Isso pode levar a hiponatremia – ou baixíssima concentração de sódio no sangue.
Fatores de risco
Segundo os pesquisadores, Lee tinha “múltiplos fatores de risco” para a hiponatremia. A condição pode ter sido exacerbada por “ingestão crônica” de líquidos, uso de maconha (que aumenta a sede), consumo de álcool, ingestão de medicamentos e histórico de lesões em órgãos.
Além da hiponatremia, a dificuldade dos rins em eliminar água também pode causar edema cerebral e morte em poucas horas – ainda mais se a ingestão de água em alta escala não for eliminada pela urina em seguida.
O estudo aponta que até 40% das pessoas hospitalizadas vivem com hiponatremia. O diagnóstico, combinado com a ingestão excessiva de água, pode causar a morte até mesmo de pessoas jovens e saudáveis.
“Há necessidade de uma disseminação mais ampla do conceito de que a ingestão excessiva de água pode matar”, alertaram os pesquisadores.
Por uma coincidência infeliz, Bruce Lee ficou conhecido ao repetir a frase “Seja água, meu amigo”. Mas, se possível, não exagere: dois litros por dia são suficientes.
Jornalista e mestre em Linguística. Antes trabalhei no Poder360, A Referência e em jornais e emissoras de TV no interior do RS. Curiosa, gosto de falar sobre o lado político das coisas - em especial da tecnologia e cultura. Me acompanhe no Twitter: @juliamzps
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