Donald Trump foi empossado hoje como o 45º presidente dos Estados Unidos, e pouco depois de fazer o juramento de posse, sua administração começou a realizar o novo e complicado processo de transição digital.
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O estafe do presidente imediatamente tomou posse dos sites e das redes sociais, incluindo o endereço whitehouse.gov, que agora apresenta uma foto da campanha de Trump. Os registros de Obama, no entanto, serão todos arquivados.
No site whitehouse.gov, os planos de ação de Obama para problemas como mudança climática, assistência médica e direitos civis desapareceram imediatamente. A nova administração também removeu o endereço whitehouse.com/espanol criado em 2012, numa tentativa de atrair a atenção de mais eleitores de língua espanhola. Do mesmo modo, o endereço whitehouse.gov/lgbt lançado em 2011 para criar uma conexão com a comunidade LGBT também desapareceu.
O novo site da Casa Branca apresenta uma lista dos principais problemas que a administração de Trump irá procurar combater. No topo da lista está o “Primeiro Plano de Energia da América“, que explica como o novo presidente irá trabalhar para eliminar o Plano de Ação Climática – criado durante a administração Obama – entre outras coisas.
“Durante muito tempo, ficamos atrasados por regulamentações onerosas em nossa indústria de energia”, diz o plano de energia. “O presidente Trump irá reenquadrar a EPA (Agência de Proteção Ambiental dos EUA) em sua missão essencial de proteger nosso ar e água”.
Como aponta uma reportagem da Motherboard, cientistas e professores dos EUA estão correndo para baixar de estudos científicos que possuem alguma ligação com o governo. Existe um temor entre a comunidade científica de que a administração de Trump marginalize ou exclua completamente algumas informações. Vale notar que o governo americano tem em suas mãos algumas das agências mais importantes do mundo, como NASA e NOAA.
A matéria ainda indica que por enquanto nada mudou no site da Agência de Proteção Ambiental, mas espera-se que páginas sobre clima sejam eliminadas ou escondidas durante os próximos meses. Encontrar informações sobre o aquecimento global pode se tornar muito mais difícil e não será exatamente uma surpresa, já que o governo nega publicamente que exista um problema climático em curso.
Além de energia, a página de “questões” do site da Casa Branca também aborda militarismo e políticas internacionais, por exemplo. O site tem ainda uma nova página para a primeira-dama Melania Trump, que promove sua linhas de joias numa parte final do texto. “Melania também é uma empreendedora de sucesso. Em abril de 2010, Melania Trump lançou sua própria coleção de joias”, diz a página.
Uma das mudanças mais notáveis foi na conta @POTUS. Repentinamente não haviam mais tweets e todas as publicações feitas durante a administração de Obama migraram para a conta @POTUS44, com a ajuda da Administração de Arquivos e Registros Nacionais. A lista completa das contas de mídias sociais da Casa Branca sob o comando de Obama está aqui. E o registro completo do antigo site da Casa Branca está em obamawhitehouse.archives.gov.
Algumas horas depois da posse, Trump ainda tweetava de sua conta pessoal, mandando uma mensagem para os cidadãos americanos. Curiosamente, o primeiro tweet do novo presidente no @POTUS é um link para o Facebook.
#InaugurationDay Speech🇺🇸https://t.co/2h8yWMYQz9 pic.twitter.com/Q9u8n9vez2
— President Trump 45 Archived (@POTUS45) January 20, 2017
Vale notar que a transição digital é um processo relativamente novo para os presidentes dos Estados Unidos. A maioria das contas oficiais da Casa Branca foram criadas nos últimos oito anos, durante a administração de Obama.
Como explicado num post de outubro de 2016 no site da Casa Branca, a administração de Trump terá total controle sobre contas do Twitter, incluindo @WhiteHouse, @POTUS44, @VP, @FLOTUS, @PressSec, e @Cabinet. Eles também receberão os dados de login das contas do Facebook, YouTube, Instagram, Tumblr, Snapchat e Flickr. As contas virão com seus respectivos seguidores e assinantes, mas todos os registros serão apagados.
Colaborou: Alessandro Junior.