Sites que aceitam bitcoins para conteúdo de abuso infantil duplicam a cada ano
Um relatório da IWF (Fundação de Observação da Internet, na sigla em inglês) traz um dado assustador: sites que aceitam criptomoedas como pagamento para dar acesso a conteúdos de abuso sexual infantil dobraram todos os anos desde 2018.
Em 2021, a organização britânica identificou 250 mil sites com materiais criminosos. Desses, quase 1.014 aceitavam criptomoedas para quem quisesse comprar ou acessar imagens e vídeos de crianças em situação de abuso.
O número só aumentou na comparação ano a ano. Em 2018, 81 sites pediam transações com criptomoedas. No ano de 2019, o total subiu para 221. Em 2020, duplicou novamente: já eram 468 sites com a forma de pagamento.
Além do crime de abuso sexual infantil, o uso de criptomoedas impulsiona a sensação de impunidade dos transgressores. “Os perpetradores acreditam que podem se esconder atrás do anonimato das moedas digitais”, disse Darren Young, policial do Reino Unido, à IWF.
Isso é um mito: apesar de criminosos lucrarem com as vendas dessas imagens, é possível, sim, identificar quem paga com moedas virtuais. Esses pagamentos e o endereço de carteira de criptomoeda do provedor ficam nos registros dos sites e fóruns.
Por isso, a IWF criou uma força-tarefa para derrubar os sites que se mantêm com criptomoedas. A fundação já recebe pedidos de informação dos governos da Nova Zelândia e Áustria.
A Coinbase, uma das maiores plataformas de troca de criptomoedas, afirma que usou os dados da IWF para extinguir atividades potencialmente ilegais da plataforma. Segundo a organização, mais de 6,5 mil sites caíram.