Nova linha de pulseiras e smartwatches da Fitbit não é melhor, mas é mais barata

A Apple tem o domínio do mercado de smartwatches, mas a Fitbit está de olho em um pedaço dessa liderança. Esta semana, ela lançou quatro novos dispositivos: o Fitbit Versa Lite Edition, o Inspire, o Inspire HR, e o Ace 2. Como o próprio nome sugere, o Versa Lite é uma versão simplificada do seu […]
Um relógio roxo e uma pulseira branca dentro de um tênis laranja. À esquerda, lê-se a palavra "hands-on".
O Fitbit Versa Lite e o Inspire HR trazem muitos recursos, mas por um preço bem mais baixo. Foto: Victoria Song/Gizmodo

A Apple tem o domínio do mercado de smartwatches, mas a Fitbit está de olho em um pedaço dessa liderança. Esta semana, ela lançou quatro novos dispositivos: o Fitbit Versa Lite Edition, o Inspire, o Inspire HR, e o Ace 2.

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Como o próprio nome sugere, o Versa Lite é uma versão simplificada do seu popular smartwatch Versa. Enquanto isso, o Inspire e o Inspire HR substituirão os monitores de atividade física da linha de entrada da marca, e o Ace 2 é uma versão atualizada de seu rastreador voltado para crianças. Mas o verdadeiro atrativo é que nenhum deles custa mais de US$ 160 — menos da metade do preço de um Apple Watch Series 4 somente com GPS.

Versa Lite

O carro-chefe é o Fitbit Versa Lite Edition. É basicamente a mesma coisa que o popular Fitbit Versa: basta subtrair alguns recursos, reduzir em US$ 40 o preço (ele custa US$ 160) e acrescentar algumas novas opções de cores.

Funcionalmente, você ainda obtém a maior parte do que torna o Versa original bom — bateria que dura quatro ou mais dias, acompanhamento de atividades físicas e de fases do sono, acompanhamento de saúde feminina, monitoramento contínuo da frequência cardíaca, notificações inteligentes, aplicativos e mostradores de relógio, GPS conectado (o que significa que você tem que usar o seu telefone), e medições VO2 max para avaliar a sua forma física durante exercícios aeróbicos. Faltam recursos mais avançados, como degraus subidos, rastreamento de natação, treinos na tela, armazenamento de músicas e pagamentos NFC.

Um smartwatch azul visto pela lateral. Na tela dele, está escrito "139", possivelmente significando batimentos cardíacos. Ao fundo, mais relógios.

É extremamente azul. Foto: Victoria Song/Gizmodo

Em termos de design, é quase idêntico ao Versa também. A única grande mudança é que ele opta por uma interface de botão único, ao contrário dos três botões do Versa original. Ele também vem em algumas novas cores de arregalar os olhos, incluindo marina blue e mulberry (um jeito delicado de falar para AZUL REALMENTE BRILHANTE e EXTREMAMENTE ROXO), bem como opções mais brancas e lilás mais suaves.

Inspire e Inspire HR

Seguindo em frente, se o Inspire e Inspire HR parecerem familiar, é porque eles são mesmo. A forma fina e a tela LED estreita são muito parecidas com as do Alta e do Alta HR. A principal diferença é que o corpo de aço inoxidável do Alta foi substituído por plástico e, no geral, ele não parece tão elegante. Parte disso se deve às molduras gigantescas do Inspire — elas são literalmente a largura do dedo mindinho na parte superior e inferior da tela.

Um porta-voz da Fitbit no evento da empresa em NYC me disse que as grandes molduras eram para que ela pudesse abrigar mais componentes e, ao mesmo tempo, manter os custos baixos. E, embora eu questione a escolha em relação ao design, do ponto de vista do orçamento, ela funcionou: o Inspire custará meros US$ 70, enquanto o Inspire HR é um pouco mais caro, a US$ 100. Em comparação, o Alta sai por US$ 100, enquanto o Alta HR tem preço de US$ 130.

Uma pulseira branca com aparelho preto sobre um chão de madeira.

O Inspire HR parece o primo pobre do Alta HR. Foto: Victoria Song/Gizmodo

Esses preços são competitivos quando você considera o conjunto de recursos. Ambos os dispositivos Inspire têm uma duração estimada de cinco dias de bateria, rastreamento de sono e reconhecimento automático de exercícios. Eles também são à prova d’água para natação e têm tela sensível ao toque. Como sugere a nomenclatura “HR”, o dispositivo de US$ 100 tenha um acréscimo extra com monitoramento da frequência cardíaca, métricas em tempo real por GPS conectado e acompanhamento de sono mais avançado.

Ace 2

Completando a nova linha de produtos está o Fitbit Ace 2, voltado para crianças, que ajusta e melhora ligeiramente o Ace. O que mais chama a atenção é uma moldura grossa ao redor da tela para proteção adicional, porque, você sabe, crianças brincam e podem danificar ou quebrar suas pulseiras. O Ace 2 também expande sua faixa etária,: agora crianças de seis anos ou mais podem usá-lo. Mais uma vez, a Fitbit reduziu o custo de US$ 100 para US$ 70.

O que é interessante, porém, é que a empresa disse que parte do charme do Ace 2 é que, quando seus filhos ficarem “velhos demais” para o design reconhecidamente infantil, eles podem tirar o rastreador e escolher entre pulseiras e acessórios do Inspire. Suponho que esta é uma tentativa de comercializar o Ace 2 como um investimento a longo prazo, embora seja difícil imaginar que um adolescente não queira ganhar um relógio novo a cada ano.

Mercado e estratégia

Como você pode perceber, o lema aqui é “mais por menos”. Ao olhar para esses dispositivos, realmente não há nada novo em termos de recursos — já vimos tudo isso antes. O que é “novo” aqui é a clara mudança de estratégia da Fitbit para atingir a extremidade inferior da escala de preços. E isso é realmente uma jogada inteligente, especialmente no que diz respeito aos smartwatches.

De acordo com um recente relatório da IDC, os smartwatches cresceram 54% em 2018 e representaram 29% de todas as vendas de produtos vestíveis. Mas mesmo que mais pessoas comprem em wearables, há muito mais concorrência no mercado de ponta, e a Fitbit entrou muito mais tarde no jogo do que seus principais concorrentes, Apple e Samsung.

O Fitbit OS ainda está correndo para alcançar o Watch OS, o Tizen (sistema operacional da Samsung) e o Wear OS em termos de design e ofertas de aplicativos de terceiros. Além disso, ao contrário dos concorrentes, ele não possui um ecossistema de hardware extenso.

Isso pode ser bom porque todos os Fitbits são independentes da plataforma de smartphones, mas também significa que nenhum possível relógio de luxo da Fitbit será tão bom quanto, digamos, um Apple Watch Series 4 ou Samsung Galaxy Watch no que diz respeito a uma integração perfeita com o celular.

Esse é basicamente o problema com o smartwatch de ponta da Fitbit, o Ionic. Ao mesmo tempo em que supera a concorrência em recursos de fitness e duração da bateria — eu consegui usá-lo por cerca de uma semana com uma única carga — seu design é desajeitado, não há 4G autônomo e o sistema operacional ainda não está tão desenvolvido.

Mesmo que ele esteja saindo por um pouco menos do que o preço original de varejo de US$ 300, você pode gastar um pouco mais para comprar o elegante Galaxy Watch ou o Apple Watch Series 4.

Na extremidade inferior, no entanto, seus principais concorrentes são Xiaomi e Huawei, que têm um alcance bastante limitado nos EUA e nem de longe o mesmo nível de reconhecimento da marca.

Uma pulseira rosa, uma pulseira branca e um smartwatch roxo em um suporte de madeira.

Da esquerda para a direita: Fitbit Ace 2, Inspire HR e Versa Lite Edition. A proteção em volta da tela do Ace 2 é patética. Foto: Victoria Song/Gizmodo

“Os dispositivos são um pilar importante do que estamos tentando fazer”, disse o CEO da Fitbit, James Park, no evento de lançamento. “Os wearables continuam a crescer, especialmente em smartwatches. Nós somos o segundo player nos EUA. Uma grande parte do que estamos tentando fazer este ano é tornar nossos dispositivos acessíveis.”

“[Compradores de primeira viagem] podem não ter centenas de dólares disponíveis para comprar um smartwatch”, acrescentou Melanie Chase, vice-presidente de marketing de produtos.

A tentativa de atrair mais compradores de primeira viagem também é reforçada pelo foco da Fitbit em priorizar sua comunidade. No evento, a marca também anunciou que planeja dar a seu aplicativo uma grande reformulação que destaca insights sobre os dados, facilita a visualização dos desafios e estimula um maior engajamento com o feed da comunidade de mídias sociais. Isso está no mesmo nível da estratégia de aplicativos da empresa.

O aplicativo Fitbit sempre foi um dos melhores aplicativos de fitness, com um painel simplificado e atualizações regulares para refletir as necessidades de seus usuários. Adicionando mais contexto de dados, como pretende fazer com o redesenho, é uma boa jogada para manter os usuários motivados.

A empresa está se preparando para entrar em 80 novos mercados com seu Feed da Comunidade, juntamente com nove novos idiomas. Ele também anunciou o lançamento de um programa de recompensas, ainda em fase de testes, que permitirá aos usuários trocar pontos ganhos de atividades por descontos e recompensas de parceiros do programa como Adidas, Blue Apron e Deezer.

Tudo isso, porém, depende de como os consumidores receberão os novos preços, e se vale a pena abrir mão de design e de alguns dos recursos. Se os altos números de vendas do Versa original servem como referência, há uma chance grande de a estratégia dar certo. Nos EUA, o Versa Lite Edition quanto o Inspire e o Inspire HR já estão disponíveis para pedidos antecipados, enquanto o Ace 2 está previsto para o segundo semestre de 2019. A Fitbit não tem representação oficial no Brasil, então quem quiser um desses vai ter que importar.

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