Sonda InSight, da NASA, detecta pela primeira vez um terremoto em Marte

Abalo foi tão fraco que não seria percebido em certos locais da Terra caso acontecesse por aqui, mas mostra que Marte ainda tem atividade sísmica
NASA/Laboratório de Propulsão a Jato

A sonda InSight, da NASA, anunciou nesta terça-feira (23) ter capturado pela primeira vez um provável terremoto em Marte. Esta é também a primeira vez que um abalo sísmico é registrado em outro planeta.

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O tremor foi detectado pelo sismômetro SEIS (Seismic Experiment for Interior Structure) da sonda, em 6 de abril, o 128º dia marciano da InSight no Planeta Vermelho. Os cientistas agora estão examinando os dados para determinar a causa exata do abalo.

O tremor foi o primeiro registrado que parece vir do interior de Marte, e não causado por forças acima da superfície, como o vento. Ele também não trouxe dados sólidos sobre o interior do planeta, já que foi muito pequeno — para contextualizar, a NASA afirma que ele sequer seria identificado caso ocorresse no sul da Califórnia, devido ao ruído sísmico que nosso planeta tem, criado por oceanos e pelo clima.

“Temos coletado ruído de fundo até agora, mas esse primeiro evento oficialmente inaugura um novo campo: a sismologia marciana”, comemorou o investigador principal da missão InSight, Bruce Banerdt, do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA.

Líder do SEIS no Institut de Physique du Globe de Paris (IPGP), na França, Philippe Lognonné não escondeu sua animação em declaração publicada pela NASA: “É tão empolgante ter finalmente provas de que Marte ainda está sismicamente ativo. Estamos ansiosos para compartilhar resultados detalhados assim que tivermos a oportunidade de analisá-los.”

Esse importante registro vem cinco meses depois de a sonda InSight aterrissar em solo marciano. Ela é o primeiro veículo espacial projetado para estudar o interior do Planeta Vermelho. Da mesma forma como os cinco sismômetros instalados pela missão Apollo na Lua, entre 1969 e 1977, ajudaram cientistas a entender o interior do satélite natural, a NASA espera que o SEIS contribua para uma melhor compreensão do que acontece dentro de Marte — e o que isso pode revelar sobre a formação de planetas rochosos, como a própria Terra.

[NASA]

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