A sonda japonesa SLIM, que pousou na Lua em janeiro, surpreendeu os cientistas ao sobreviver à noite lunar, que dura duas semanas e tem temperaturas abaixo de -170°C.
A sonda, que teve sua energia cortada por problemas com os seus painéis solares, restabeleceu a comunicação com a Terra e enviou imagens inéditas da superfície lunar.
Os cientistas da agência espacial japonesa, a JAXA, não tinham certeza se a sonda iria resistir à noite lunar, que é muito mais fria e longa do que a noite terrestre. A agência planejou a missão para durar apenas uma noite lunar – o que dá em torno de duas semanas.
Isso porque a SLIM não carrega sistemas de aquecimento. Por isso, esperava-se que o frio intenso da noite lunar acabe inutilizando seus componentes. Para sua surpresa, no dia 26 de fevereiro, a sonda voltou a se comunicar com a Terra, após receber a luz solar novamente.
A SLIM (Smart Lander for Investigating Moon) é a primeira sonda japonesa a pousar na Lua. Assim, tornando o Japão o quinto país a realizar o feito, depois de Estados Unidos, União Soviética, China e Índia.
A sonda foi lançada em dezembro de 2023, a bordo de um foguete Epsilon, e tinha como objetivo testar uma nova tecnologia de pouso de precisão, além de estudar a geologia lunar.
Histórico da SLIM
A sonda pousou com sucesso no dia 20 de janeiro, a apenas 55 metros do alvo inicial, uma pequena cratera chamada Shioli, no sul do equador lunar.
No entanto, logo após o pouso, a sonda tombou e seus painéis solares ficaram em um ângulo inadequado para receber a luz solar. A sonda ficou sem energia e entrou em modo de hibernação.
A sonda também ejetou dois mini-rovers, chamados Lev-1 e Lev-2, que deveriam explorar a região e analisar as rochas lunares. No entanto, os rovers também ficaram sem energia e não conseguiram se mover. Um deles, o Lev-2, conseguiu fotografar a sonda SLIM de cabeça para baixo, antes de desligar.
O estudo da sonda SLIM é importante para o avanço da exploração lunar. O equipamento demonstrou que é possível pousar com precisão em locais específicos da Lua, o que pode facilitar futuras missões científicas e comerciais.