Duas novas subvariantes da Ômicron foram identificadas no estado de São Paulo. Elas já haviam sido detectadas em outras partes do globo, mas não no Brasil. As confirmações foram feitas pelo Instituto Butantan e Fundação Hemocentro de Ribeirão Preto (SP).
Ambas as análises foram realizadas entre os dias 16 de outubro e 5 de novembro, revelando as subvariantes XBB.1 e CK.2.1.1. A primeira é uma recombinação das linhagens BA.2.10.1 e BA.2.75 e foi identificada em um paciente da cidade de São Paulo.
A XBB.1 já foi encontrada em 35 países. Por ser originada de duas cepas que apareceram com frequência na Europa, está sendo considerada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) como uma variante de monitoramento (VUM).
A subvariante XBB.1 também foi apontada como uma prima da BQ.1. Essa, entretanto, foi detectada no Brasil pela primeira vez em outubro e levou uma moradora de São Paulo à óbito. A paciente tinha 72 anos e apresentava comorbidades.
Já a CK.2.1.1, segunda subvariante inédita para o país, acometeu um paciente de Ribeirão Preto. Essa subvariante já apareceu em 342 sequenciamentos genéticos, sendo encontrada nos Estados Unidos, Alemanha, Dinamarca, Espanha e Áustria.
Ambas as cepas possuem mutações na região de ligação com o receptor das células e na proteína Spike – considerada a chave de entrada do vírus. Segundo os cientistas, esse fator pode estar associado a um maior escape imunológico, permitindo que o vírus cause infecção apesar da vacina.
Por outro lado, essas subvariantes da Covid-19 não parecem ser mais agressivas. São necessários mais estudos para entender como elas agem nas células e o quão perigosas são para a saúde. De toda forma, é importante que a população mantenha o esquema vacinal em dia, evitando que novas mutações ocorram, e use máscaras em locais fechados.