Startup alemã cria sensores com IA para evitar incêndios nas florestas
Com o aumento expressivo do número de incêndios florestais em todo o mundo, surgem cada vez mais soluções para combater o problema. Uma das alternativas mais promissoras são os sensores que usam inteligência artificial (IA) para detectar incêndios de forma precoce.
Criado por especialistas em software e TI da startup alemã Dryad Networks, o sistema funciona como se fosse um “nariz” inteligente, com o olfato aguçado. Ou seja, ele detecta a existência de indícios de fogo por meio do odor.
Os sensores movidos a energia solar identificam incêndios florestais em sua fase inicial de combustão lenta ao “cheirar” gases como hidrogênio e monóxido de carbono, mesmo que em quantidades quase insignificantes. O sistema também monitora a temperatura, a umidade e a pressão do ar.
A Dryad espera reduzir o tempo de detecção de incêndios nas florestas de várias horas para apenas alguns minutos, dando aos bombeiros tempo para reagir com mais eficiência.
No caso das ferramentas mais usuais, como satélites, câmeras e torres de vigilância, é necessário detectar a existência de fogo para saber que o incêndio está lá, o que reduz as chances de conseguir evitar estragos no meio ambiente. Em ambientes sujeitos a condições rapidamente inflamáveis, a velocidade com que os incêndios florestais se espalham torna essencial a detecção mais rápida possível.
Como funcionam os sensores
Um algoritmo de aprendizado de máquina treina repetidamente os sensores de acordo com o cheiro específico da floresta em que estão localizados. Isso é fundamental para que os sensores possam, por exemplo, diferenciar entre a fumaça liberada por um caminhão a diesel que passa nas proximidades e um incêndio florestal legítimo.
Os sensores de cerca de 3 metros de altura têm o tamanho da palma da mão, e funcionam com energia solar. Com a ajuda de capacitores, o sistema também permanece funcionando de noite e na chuva.
A cada vez que é detectado um sinal de alerta, quando há possíveis indícios de fogo, o sensor envia dados para “centrais” na borda da floresta, onde há acesso a conexões de maior largura de banda, como 4G ou satélite.
Essas centrais também transmitem informações às autoridades responsáveis, que podem interpretar os dados em uma plataforma de nuvem e tomar as providências necessárias para evitar o pior.
Ao trabalhar em conjunto, a malha de sensores e gateways permite que os dados cheguem uma área muito maior, mesmo em florestas densas e remotas. A rede da Dryad também suporta uma ampla gama de sensores compatíveis de outras empresas, não apenas os seus próprios.
Por enquanto, a startup fundada em 2020 está construindo 30 mil sensores e várias centenas de gateways, com planos para implantação em massa em 2024. Seu objetivo é implantar 120 milhões de sensores em todo o mundo até 2030, para salvar aproximadamente 3,9 milhões de hectares de floresta e evitar 1,7 bilhão de toneladas de emissões de CO2.