Startup projeta soja mutante com DNA de porco para “plantar a carne”
Buscando fornecer uma alternativa vegana mais rentável (e tão saborosa quanto a carne tradicional), uma startup está fundindo genes de porcos com soja. Com a “soja mutante”, a Moolec Science quer transformar a forma como a humanidade consome proteínas.
A técnica empregada pela Moolec, conhecida como agricultura molecular, utiliza culturas geneticamente modificadas, como tabaco ou cártamo, para produzir proteínas.
Embora essa abordagem seja comum na indústria farmacêutica desde a década de 1990, a aplicação da agricultura molecular na produção de proteínas de células animais para uso alimentar é uma novidade. Para isso, a empresa tem investido anos de pesquisa.
Cultivada, uma planta biofábrica, após sua colheita poderá ser processada em uma fábrica ou destinada ao consumo humano ou animal.
Testes em estufas na empresa, localizada em Wisconsin (EUA), resultaram em soja com mais de um quarto de suas proteínas solúveis provenientes de fontes suínas. Isso confere ao grão um sabor semelhante ao da carne — e um tom rosado, essencial para o aspecto visual do produto final.
Iniciativa pioneira com soja
Gastón Paladini, CEO da Moolec Science, destaca o foco da empresa em estender seu processo de proteína de células animais para plantas específicas, como soja e ervilha.
Ele ressalta que os isolados e concentrados dessas culturas são essenciais na produção de produtos vegetais. E a Moolec está aplicando o mesmo processo, mas incorporando células animais dentro dessas plantas.
“Todos partilhamos o propósito comum de redefinir a forma como produzimos alimentos de origem animal, para o bem e para todos. Esses compromissos reforçam nossa visão e os compromissos de longo prazo de nossos acionistas, ao mesmo tempo que motivam a equipe da Moolec a alcançar os marcos que estão por vir”, disse, em um comunicado.
Outras startups que trabalham com agricultura molecular incluem Nobel Foods , Tiamat Sciences (ambas nos EUA), Miruku (Nova Zelândia), ORF Genetics (Islândia) e Bright Biotech (Reino Unido), entre outras.