No início, as salinhas pornô tinham garotas se despindo só para você. Depois vieram as cabines de filmes pornôs, com diversas opções de DVDs, e as mulheres ficaram obsoletas. Agora, a internet, com seu acervo infindável de mulheres e nudez e sexxxo, está suplantando os DVDs da Mônica Mattos: lan houses pornô estão se espalhando pelo centro de São Paulo, cobrando até R$ 2,50 por meia hora, para quem tem coragem de tocar nos computadores sujos de sabe-se lá o quê. Só tenho uma pergunta: por quê?
"Lugar mal iluminado, cheio de moleques com a cara enfiada em telas coloridas, empenhados em matar inimigos a facadas." Quando eu era um guri de 10 anos, em 1986, isso se chamava "jogar Green Beret no fliperama". Nos últimos anos, porém, a frase acima casaria perfeitamente com "ir jogar Counter Strike na Monkey". Não mais: a Monkey, mais famosa franquia de lan houses do Brasil, fechou este mês as portas de sua última loja, em uma área nobre de São Paulo. E marca o fim de uma era.
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Comentamos por aqui uma ótima ideia do Gilberto Dimenstein, que propõe que o governo, em vez de gastar bilhões levando internet para a casa dos menos abastados, use LAN houses como promotoras da inclusão digital. Com os dados divulgados hoje pelo IBGE, esta ideia faz ainda mais sentido: há mais gente acessando a internet desses lugares do que do trabalho.
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A gente sabe que o pessoal das classes C, D e E não está esperando o governo chegar com o plano nacional de banda larga, com custo estimado de R$180 bilhões até 2014, para acessar a internet — quem não tem dinheiro para comprar computador e pagar provedor, usa a lan house. Então por que o governo não investe nelas?
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Um projeto, aprovado hoje na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, obriga donos de LAN houses a manter registro dos usuários, sob pena de até R$100 mil de multa. Segundo o relator do projeto, o senador Eduardo Azeredo — conhecido pela polêmica Lei Azeredo — a ideia é acabar com o "anonimato de pessoas que se valem de locação de terminais de computadores para a prática de crimes" como fraudes e phishing. Mas o tiro pode sair pela culatra.