Tem como descobrir antes se um vulcão vai entrar em erupção?
A erupção do vulcão Hunga Tonga-Hunga-Ha’apai, no dia 15 de janeiro, foi centenas de vezes mais forte do que a bomba atômica jogada em Hiroshima, no Japão, em 1945. As consequências foram drásticas: algumas ilhas foram devastadas e a comunicação de Tonga foi totalmente interrompida.
Após o episódio, fica aquela dúvida: ninguém sabia que isso iria acontecer? Infelizmente, prever a erupção de vulcões não é tão fácil assim. Hoje, há mais de 1.350 vulcões potencialmente ativos na superfície terrestre.
Para entender seu comportamento e prever erupções, os pesquisadores se voltam para a história do gigante e atividades passadas. Sem falar em sistemas locais de monitoramento, que podem medir a frequência de terremotos ou mudanças nas emissões de gases, dando dicas sobre possíveis erupções.
Mas isso não acontece com todos. Os chamados vulcões jovens, ou seja, que não entraram em erupção nos últimos 12 mil anos (período Holoceno), são verdadeiras incógnitas. Os cientistas não conseguem analisar o histórico de atividade, já que ela é praticamente nula, e muitos deles nem mesmo são monitorados.
Nada impede que um destes vulcões jovens entre em erupção de repente e destrua tudo e todos ao seu redor. Para diminuir essa possibilidade, pesquisadores da Universidade Tecnológica de Nanyang, em Singapura, desenvolveram um banco de dados chamado FRESH (sigla em inglês para Primeiras erupções registradas no Holoceno).
Para começar, a equipe extraiu a primeira erupção conhecida de cada vulcão ativo listado na Lista de Vulcões Holocênicos do Programa de Vulcanismo Global (GVP). Então, criou um segundo banco de dados contendo todos os vulcões jovens.
Assim, os pesquisadores pegariam os vulcões que já tiveram erupções e analisariam suas primeiras explosões inesperadas inesperadas. Com essas informações, poderiam comparar os vulcões jovens aos gigantes análogos e estimar a probabilidade de uma futura erupção.
De acordo com os cientistas, há algumas regiões em especial que correm mais riscos. São elas a Indonésia, Sumatra, Filipinas e Ilhas Marianas. Os pesquisadores pretendem tornar o banco de dados FRESH público ainda em 2022.
E não para por aí: o banco de dados FRESH apenas aponta as áreas de maior risco. Autoridades podem utilizar as informações fornecidas para implementar sistemas de monitoramento nestas regiões, o que deve ajudar não só a prever a erupção, mas também seu tamanho e perigo.