Tempestades de areia viram rotina nas regiões sudeste e centro-oeste do país; entenda o motivo
Nesta sexta-feira (1), uma tempestade de areia cobriu os céus da cidade de Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul. O fenômeno é similar ao que vem ocorrendo nos últimos dias em outros pontos da região sudeste do país, como cidades do interior de Minas Gerais e São Paulo.
Folhas e grãos de areia estão suspensos na nuvem de poeira densa, o que pode comprometer a visualização em médias e longas distâncias. A Defesa Civil de Franca, cidade do interior paulista que também observou o fenômeno, informou que os fortes ventos chegam a se aproximar de 100 km/h.
O fenômeno tem nome: haboob. Geralmente ele é causado quando temporais vão de encontro ao solo seco, e é muito observado em países da Ásia.
Em entrevista ao G1, a meteorologista Dóris Palma, do Climatempo, explica que a tempestade de areia costuma se formar durante a transição entre estações secas (inverno) para estações úmidas (primavera/verão). A ausência de chuva seria a principal explicação.
Especificamente em Três Lagoas, cidade do Mato Grosso do Sul atingida pelo poeirão nesta sexta-feira, a estiagem chegou a virar situação de emergência. Além da cidade, que fica próxima à divisa com São Paulo, municípios como Corumbá e Bonito, além da capital Campo Grande também pode ser afetados.
De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia, o evento é ” causado pela suspensão no ar de partículas, geralmente sólidas, mas de natureza não aquosa.” Ou seja, uma tempestade de poeira.
A maior incidência de queimadas também pode contribuir para isso. Em alguns casos, a massa densa de poeira pode chegar a nada menos que 10 quilômetros de altura.
O mesmo fenômeno se repetiu em cidades do interior de São Paulo no último domingo (26), em Presidente Prudente, Franca, Araçatuba, Barretos e região. O centro de Penápolis ficou sem energia, resultando também entre quedas de árvores e destelhamento de imóveis.