Tecnologia

Terremoto no Japão fecha maior fábrica de capacitores para celulares

Murata Manufacturing, que detém 40% do mercado de capacitores para celulares, está entre as empresas afetadas pelo terremoto no Japão
Imagem: Murata/Divulgação

Na virada do ano, um terremoto atingiu a costa oeste do Japão, causando diversos tremores secundários no país e matando dezenas de pessoas. Em áreas próximas ao abalo, como na província de Ishikawa, o desastre causou danos a várias empresas, incluindo fabricantes de eletrônicos e chips, como Toshiba, GlobalWafers e Murata Manufacturing.

Na última terça-feira (2), a Toshiba informou que o principal centro de produção de chips semicondutores da empresa — Kaga Toshiba Electronics — parou de funcionar. A companhia também enviou uma equipe para analisar os danos à infraestrutura e às linhas de produção da fábrica.

No comunicado oficial publicado no site da Toshiba, a gigante japonesa ainda confirmou que nenhum funcionário presente no dia do terremoto ficou ferido. A fábrica não tem previsão para voltar a funcionar, já que depende do fim das análises do espaço.

Fábrica da Toshiba no Japão

Fábrica da Toshiba no Japão (Imagem: Toshiba/Divulgação)

Já a taiwanesa GlobalWafers, que fabrica wafers de silício, comunicou na última quarta-feira (3) que, das cinco fábricas localizadas no Japão, duas ficavam em áreas afetadas pelo terremoto. Porém, o abalo não causou danos significativos e nenhum funcionário ficou ferido, permitindo a retomada da produção.

A maior fabricante de capacitores de cerâmica do mundo, a Murata Manufacturing, também tinha instalações na província de Ishikawa e pausou as operações para analisar possíveis danos. Atualmente, a empresa detém cerca de 40% do mercado de capacitores para smartphones.

A Murata Manufacturing divulgou que todas as fábricas localizadas na região não sofreram danos e não há funcionários feridos. Contudo, a empresa ainda não sabe quando irá votar a funcionar.

Entre outras empresas atingidas pelo terremoto estão a fabricante de eletrônicos Kokusai Eelctric, a também produtora de capacitores de cerâmica Taiyo Yuden, e a Shin-Etsu, que cria wafers de silício (fatias finas do material semicondutor).

Danos do terremoto no Japão são “administráveis”

Segundo a empresa de pesquisa de mercado Trendforce, as interrupções causadas pelo terremoto não devem causar uma nova crise de chips ao redor do mundo. Para a companhia, o impacto do abalo sísmico na indústria é “administrável”, já que não há danos graves ou funcionários feridos.

Além disso, a indústria de chips está passando por uma desaceleração, em que dá para interromper a produção por alguns dias, sem causar uma nova crise mundial. Isso acontece, pois, no momento, há pouca demanda pelos produtos e estoques abastecidos de componentes prontos.

Contudo, vale mencionar que as consequências de abalos sísmicos podem aparecer muito tempo depois do desastre. Por exemplo, em Fukushima — atingida por terremoto e tsunami em 2011 — terminou de descartar o esgoto radioativo das usinas nucleares no ano passado.

Por sorte, os desastres de Ishikawa não atingiram usinas nucleares na costa do Japão, segundo informações da Autoridade de Regulamentação Nuclear japonesa.

Murilo Tunholi

Murilo Tunholi

Jornalista especializado em tecnologia, jogos, entretenimento e ciência. Já passou por grandes redações do Brasil (TechTudo, Tecnoblog, Terra e Olhar Digital) e trabalhou com relações públicas e assessoria de imprensa na Theogames, atendendo à Blizzard Entertainment e mais clientes do mercado de videogames. É apaixonado pela cultura geek, música e produção de conteúdo. Nas horas vagas, é aspirante a artista marcial e cozinheiro.

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