A série do jogo “The Last of Us”, da HBO, recebeu um ótimo investimento inicial –custou mais caro que o ínicio de “Game of Thrones”. É uma demonstração de confiança dos responsáveis pelo projeto, que acreditam no fim da “maldição” das adaptações de videogames para a TV.
Em entrevista, o criador Craig Mazin chegou a comparar o game a “Assassin’s Creed”, que também tem sua própria adaptação. Como principal diferença entre as duas, ele apontou a característica de que, em “The Last of Us” a história sempre “vem primeiro” que a jogabilidade.
Outro criador da série, Neil Druckmann, reforçou a fidelidade ao material original como uma vantagem da adaptação da HBO. Até o compositor da trilha sonora dos jogos, Gustavo Santaolalla, continua na produção.
Tudo isso parece ter funcionado, dado a ótima recepção da série pela crítica antes mesmo de estrear. Até o momento, “The Last of Us” conta com 97% de aprovação no Rotten Tomatoes e nota 82 no Metacritic, com 34 críticas.
Melhor de todos os tempos?
De acordo com o site de resenhas norte-americano CNET, “The Last of Us” estabelece um novo padrão para adaptações de jogos, deixando para trás “Sonic 2”, por exemplo. Segundo o site, a série “não apenas preserva a excelência angustiante do material de origem, como também mergulha no universo pós-apocalíptico de maneiras que irão encantar e surpreender até mesmo os fãs de jogos hardcore”.
O texto ainda destaca a performance de Pedro Pascal — o Joel –, considerada “diferenciada”, porque “exala dor em um momento crucial de perda, mas também exibe uma determinação convincente e toques de capricho”.
Além disso, como prometido, “The Last of Us” se mostra bastante fiel ao enredo original, com alguns acréscimos interessantes. Um deles é um aprofundamento na história do sobrevivente Bill (Nick Offermann), enquanto outro é a vilã Kathleen (Melanie Lynskey).
Com o título “The Last of Us review: ‘The best video game adaptation ever'” (a melhor adaptação de videogame já feita), o site BBC traz elogios à produção, mas destaca que ela não é perfeita — e talvez precisasse de mais um episódio para se desenvolver –, mas ainda pode ser. Também menciona os filmes de “Sonic” e “Pokémon: Detetive Pikachu” como adaptações bem elaboradas.
Sobretudo, a crítica ressalta a naturalidade e o respeito com que a obra foi traduzida para a TV, além da fidelidade “em tudo”. E se a CNET aclama Pascal, a BBC acredita que Bella Ramsey, a Lyanna Mormont de “Game of Thrones”, “rouba todas as cenas em que está”.