Tigres e lobos da Era do Gelo tinham problema nas articulações, diz estudo

Pesquisadores estudaram 1.500 ossos dos predadores e encontraram alta ocorrência de falhas em articulações associadas a uma doença genética
Ilustração de tigre dentes-de-sabre e lobo terrível brigando por uma carcaça de mamute. La Brea Tar Pits, Califórnia, Robert Bruce Horsfall
Imagem: Robert Bruce Horsfall/La Brea Tar Pits/Reprodução

Cães e gatos podem sofrer com dores nas articulações decorrentes de uma doença genética chamada osteocondrite dissecante (ou OCD). Agora, um trio de pesquisadores americanos afirma que a condição também pode ter incomodado os parentes extintos dos nossos pets.

Hugo Schmökel, um cirurgião ortopédico veterinário da Evidensia Academy (Suécia), e seus colegas investigaram mais de mil ossos de tigres dente-de-sabre e 500 de lobos terríveis (também chamados de “lobos pré-históricos”) que estavam no La Brea Tar Pits & Museum, em Los Angeles (EUA).

A equipe analisou os fósseis de animais que viveram entre 55 mil e 12 mil anos atrás, descobrindo uma série de reentrâncias nas superfícies dos ossos. Eles concluíram que eram indícios da OCD, que faz fragmentos de osso e da cartilagem abaixo das articulações quebrarem devido à falta de fluxo sanguíneo.

Eles levantam a hipótese de que a doença genética pode ter se tornado mais comum perto da extinção destes animais, entre 10 mil e 12 mil anos atrás, por causa da endogamia em populações menores de tigres e lobos. O estudo foi publicado nesta quarta (12), na revista PLOS One.

Ocorrência do problema

Os pesquisadores descobriram que 6% dos tigres-dente-de-sabre estudados, adultos ou jovens, tinham falhas associadas ao joelho com menos de 7 milímetros. Entre os lobos, 2,6% deles apresentavam o mesmo problema na mesma articulação, com a maioria das falhas medindo mais de 12 milímetros. 4,5% deles também tinham problemas associados à OCD no ombro.

A equipe afirma que estes números são “incrivelmente altos”, visto que a taxa de ocorrência de OCD entre humanos, por exemplo, é de menos de 0,01%. A OCD raramente foi encontrada em gatos modernos. Já a frequência do problema nos ombros dos lobos seria comparável à encontrada entre grupos de cães endogâmicos.

Sabemos que a doença causa dor e prejudica a locomoção dos nossos pets. Mas não se sabe como a OCD afetou a qualidade de vida dos tigres e lobos analisados. Os pesquisadores acreditam que o problema nas articulações provavelmente não prejudicou a capacidade deles caçarem e sobreviverem.

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