TikTok é criticado em estudo de vídeos com dicas para hipertensos

Você já foi impactado por um vídeo do TikTok que simula uma "consulta" médica, trazendo dicas de saúde e diagnósticos? Um estudo americano investigou essa prática
tiktok

O poder viral do Tik Tok pode fazer qualquer conteúdo postado na rede social ser compartilhado por milhões de pessoas. Qualquer mesmo — de vídeos de dancinhas a lifehacks diversos, passando também por “consultas” médicas. Nesse tipo de vídeo, algum usuário — normalmente um sem capacitação — se dispõe a transmitir informações sobre problemas de saúde de forma sucinta.

Um estudo anual deito pela Faculdade Americana de Cardiologia, nos EUA, porém, apontou o perigo dessas consultas — especificamente para hipertensos. De acordo com a pesquisa, boa parte desses conteúdos não são baseados em evidências científicas.

Um dos focos da pesquisa foi a pressão alta (também chamada de hipertensão), um dos fatores de risco mais comuns para doenças cardíacas e derrames entre adultos. Foram analisados centenas de vídeos sobre o assunto.

Os cientistas descobriram que 42% dos vídeos abordavam medicina alternativa — mais que o dobro do número que se concentrava em tratamentos médicos cientificamente comprovados — e cerca de 14% mencionavam produtos à venda.

“Muitas das informações nesses vídeos não tinham nenhuma fonte explícita mencionada no vídeo. Então, os espectadores podem não saber se vem de uma fonte confiável. A maioria das pessoas que publicavam esse tipo de vídeo não eram profissionais de saúde e o número de cardiologistas era pequeno”, disse Nanda Siva, estudante de medicina da Universidade de West Virgnia, que liderou o estudo.

Entre os vídeos estudados pelos cientistas, quase 90% do conteúdo foi qualificado como educativo, cerca de 14% como promocional, 43% mostravam estratégias comuns para controlar a pressão alta e apenas 5% de fato falava sobre uma rotina saudável de exercícios que fazem bem ao coração.

Entre as principais dicas encontradas nos conteúdos estão técnicas como esfregar atrás da orelha 36 vezes ao dia para estabilizar a pressão arterial, além de inúmeras ervas comprovadamente ineficazes.

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“É fácil para os indivíduos se alimentarem do desejo de um paciente por uma solução mais fácil para seu problema ou do desejo de não usar medicamentos”, disse a estudante.

Vale lembrar que, apesar de ser um fortalecedor na divulgação desse tipo de conteúdo, o TikTok também tem sido usado a favor da ciência. Como mostramos neste texto, a rede social dos vídeos está virando um meio importante de divulgação científica.

 

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