Trump aprova acordo para venda do TikTok e adia banimento do app nos EUA

O TikTok parecia em apuros nos Estados Unidos, principalmente depois que o governo havia confirmado o banimento do aplicativo no País, marcado para este domingo (20). Faltando poucas horas antes da nova proibição ser posta em prática para bloquear novos downloads e atualizações da plataforma de vídeo, o presidente Donald Trump agora disse que há […]
Logotipo do TikTok
Imagem: Lionel Bonaventure/AFP (Getty Images)

O TikTok parecia em apuros nos Estados Unidos, principalmente depois que o governo havia confirmado o banimento do aplicativo no País, marcado para este domingo (20). Faltando poucas horas antes da nova proibição ser posta em prática para bloquear novos downloads e atualizações da plataforma de vídeo, o presidente Donald Trump agora disse que há um acordo e que a ferramenta tem sua “bênção” para continuar operando.

No último sábado (19), Trump disse ter aprovado um acordo conjunto entre TikTok, Oracle e Walmart. “Eu dei minha bênção ao negócio. Se eles conseguirem, está ótimo, se não, também está bem”, destacou o presidente. A reviravolta parece acabar com semanas de drama provocadas pela preocupação do governo Trump de que o TikTok pudesse ser forçado a entregar dados de usuários dos EUA para agências de inteligência chinesas – uma alegação que o app sempre negou.

Segundo o New York Times, a partir desse novo acordo, empresas e investidores com sede nos EUA terão 53% do capital do TikTok, levando à criação de uma nova companhia chamada TikTok Global. Nesse esquema, como informa o Wall Street Journal, Oracle e Walmart teriam juntas até 20% de participação, enquanto os 80% restantes ficariam com a ByteDance, atual proprietária chinesa do aplicativo. A TikTok Global será sediada nos EUA.

Como resultado, o Departamento de Comércio está atrasando em uma semana seus planos de bloquear o TikTok das lojas de aplicativos dos EUA – ou seja, a plataforma tem até o próximo domingo (27) para regularizar a situação.

Em um comunicado ao Gizmodo, o TikTok confirmou o negócio e diz estar “satisfeito que a proposta da TikTok, Oracle e Walmart resolverá as preocupações de segurança da administração dos EUA”.

“Como parte desta proposta, a Oracle se tornará nosso provedor confiável de tecnologia, responsável por hospedar todos os dados de usuários dos EUA e proteger os sistemas de computador associados para garantir que os requisitos de segurança nacional dos EUA sejam totalmente atendidos. No momento, também estamos trabalhando com o Walmart em uma parceria comercial. Ambas as empresas participarão de uma rodada de financiamento pré-IPO da TikTok Global, na qual podem assumir uma participação cumulativa de até 20% na companhia. Também vamos manter e expandir a sede da TikTok Global nos EUA, criando 25 mil empregos em todo o País”, disse o TikTok.

O Walmart afirmou em um comunicado ter concordado provisoriamente em comprar 7,5% da TikTok Global e celebrar acordos comerciais para fornecer “comércio eletrônico, atendimento, pagamentos e outros serviços multiplataforma para a TikTok Global”. A empresa acrescentou que seu CEO, Doug McMillon, seria um dos cinco membros do conselho da TikTok Global e que trabalharia para uma oferta pública inicial (IPO) da empresa nos EUA já no próximo ano.

No entanto, como era de se esperar, isso não significa que o TikTok está mais em perigo. Por um lado, embora o presidente tenha analisado o negócio, ele ainda não recebeu a aprovação formal de sua administração. O presidente citou uma declaração do Departamento do Tesouro, que sustentou que a aprovação do negócio está sujeita a “um fechamento com a Oracle e o Walmart, com a documentação e condições necessárias a serem aprovadas pelo Comitê de Investimento Estrangeiro dos Estados Unidos”. Também conhecido como CFIUS, o comitê é responsável por proteger a segurança nacional dos Estados Unidos, analisando os investimentos de empresas estrangeiras.

Depois vem a China, que não olhou com bons olhos as tentativas do presidente para bloquear alguns de seus aplicativos de maior sucesso. Nos últimos dias, a China indicou que preferia ver o TikTok encerrado nos EUA do que ver a ByteDance se comprometer com uma venda forçada do app para companhias estadunidenses.

No Twitter, o TikTok parecia celebrar o acordo, embora não falasse sobre isso em termos específicos. Em um vídeo postado no Twitter, Vanessa Pappas, chefe interina do TikTok, agradeceu aos apoiadores do aplicativo.

“Estamos aqui por você – e estamos aqui para ficar a longo prazo. É por isso que estamos entusiasmados em compartilhar que temos trabalhado com um parceiro de tecnologia dos EUA para garantir que o TikTok possa continuar fornecendo um lar para cada um de vocês – assim como faz hoje, sem nenhuma mudança para nossos usuários aqui nos EUA ou em todo o mundo. Somos o TikTok, estamos nessa jornada juntos e estamos apenas começando”, disse Pappas.

E claro, também há Trump, que é imprevisível e errou alguns fatos importantes sobre o negócio quando o anunciou, dizendo que o acordo “não teria nada a ver com a China” quando, na verdade, os investidores chineses continuam com uma participação significativa na nova empresa. Será que a tal bênção dada pelo presidente vai continuar ao perceber que essa afirmação não é verdade?

Sinceramente? Ninguém sabe. Até que novas informações sejam confirmadas, os usuários do TikTok nos EUA podem respirar mais aliviados por mais uma semana.

[The New York Times]

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