Tony Bennett, lenda do jazz e do pop mundial, morre aos 96 anos

Uma das grandes vozes da música mundial se calou. Tony Bennett, cantor de jazz e pop, morreu nesta sexta-feira (21) em Nova York, EUA, aos 96 anos. Sua assessora, Sylvia Weiner, anunciou sua morte, sem informar a causa, de acordo com o jornal The New York Times.

• Neto de Robert De Niro e ator de “Nasce Uma Estrela” morre aos 19 anos
• Luiz Schiavon, co-fundador do RPM, morre aos 64 anos; relembre a carreira
• Morre o lendário co-criador de Wolverine; saiba mais de John Romita Sr.

Em fevereiro de 2021, a esposa do cantor, Susan Bennett, contou à AARP The Magazine que, em 2016, ele descobriu que estava com a doença de Alzheimer. Sua última performance pública de Bennett foi em agosto de 2021, ao lado de Lady Gaga, no Radio City Music Hall.

O legado de Tony Bennett

Com mais de 70 anos de carreira, desde seu sucesso inicial como cantor de jazz, no início dos anos 1950, ele se dedicou a preservar a clássica canção popular americana. Mesmo em meio à popularização do rock ’n’ roll nos anos 1960 e 1970, e durante um divórcio e problemas com drogas.

O cantor seguiu o caminho musical dos maiores cantores pop americanos do século 20, Louis Armstrong, Bing Crosby, Judy Garland, Billie Holiday, Frank Sinatra — este último um mentor, amigo e fã de Bennett. Seu timbre diferente garantiu a fama de ser “um cantor indescritível”, como considerou o The New Yorker.

Mais recentemente, também colaborou com a Lady Gaga no álbum vencedor do Grammy “Love for Sale”. Além disso, cantou com Celine Dion quando ela tinha 20 anos, bem como outros jovens artistas famosos em seus álbuns de duetos.

Ele chegou ao auge da fama em 1962, com o lançamento de seu principal sucesso, “I Left My Heart in San Francisco”, que o rendeu seus dois primeiros prêmios Grammy, em 1963. Ao todo foram 20, incluindo um prêmio pelo conjunto da obra em 2001. Outros de seus sucessos são “Just in Time”, “The Best Is Yet to Come”, “Rags to Riches” e “I Wanna Be Around”.

Tony Bennett estreou no cinema 1966, no filme “O Oscar”. Mais tarde, atuou com Robert De Niro na comédia “Analyze This” (1999) e com Jim Carrey “Todo Poderoso” (2003). Aos 64 anos, apareceu em “Os Simpsons” como ele mesmo.

Vida e início da carreira

Anthony Dominick Benedetto nasceu em 3 de agosto de 1926, no Queens, Nova York, e cresceu em Astoria, Oregon. Bennett, filho de um merceeiro italiano que inspirou sua paixão pela música e uma costureira nova-iorquina, cantava, desenhava e pintava desde pequeno.

Ele chegou a frequentar a High School of Art and Design, em Manhattan, mas nunca se formou. Enquanto trabalhava de dia, à noite, ele se apresentava em shows amadores.

Depois de servir na Alemanha no final da Segunda Guerra Mundial, ele voltou para Nova York em 1946 e começou sua carreira como músico, sob nome artístico “Tony Bennett”. Após assinar com a Columbia Records em 1950, em meados de 1951, ele teve seu primeiro hit número 1, “Because of You”.

Ativismo

Democrata liberal, Bennett participou da marcha pelos direitos civis, em 1965. Ele também se apresentou no comício Stars for Freedom no campus City of St. Jude, com os cantores Harry Belafonte, Sammy Davis Jr. e outros.

Bennett já cantou para Nelson Mandela, então presidente da África do Sul, durante sua visita de Estado à Inglaterra em 1996. Ele também se apresentou na Casa Branca para John F. Kennedy e Bill Clinton, assim como no Palácio de Buckingham, no jubileu do 50º aniversário da Rainha Elizabeth II.

Apesar de sua boa imagem pública, enfrentou críticas por defender a legalização das drogas após as mortes de Michael Jackson, Amy Winehouse e Whitney Houston.

Ouça “I Left My Heart in San Francisco” abaixo: