Em 2020, uma reportagem do TAB Uol investigou o boom das air fryers, apontando “ares de seita” no comportamento dos amantes do eletrodoméstico, que já se envolveram em discussões na internet para defendê-lo. Foi nesse ano, também, que surgiu um perfil que reúne os cozinheiros mais apaixonados pela fritadeira elétrica: as “testemunhas da air fryer”.
De lá para cá, nada mudou. Com mais de 45 mil seguidores, o perfil “Testemunhas da Air Fryer no X (Twitter) publica os melhores e mais surpreendentes pratos feitos na air fryer. Muito além das básicas batatas fritas, a página conta com receitas como couve crispy e até torresmo. Veja abaixo:
Hoje meti a famosa couve crispy na airfryer. (Sim, é couve! Usei aquela couve Cali.) Ungi ela no azeite e mandei ela na airfryer. pic.twitter.com/vYqgxgIndE
— Testemunhas da AirFryer (@TestemunhaAF) October 29, 2023
O eletrodoméstico, ame você ou não, veio para ficar. Em julho deste ano, uma reportagem do site norte-americano StarTribune revelou que cada vez mais empresas alimentícias dos Estados Unidos já estão fornecendo instruções de preparo na air fryer em suas embalagens — algo que já começa a acontecer também no Brasil.
O sucesso também não é surpresa, afinal, os primeiros alimentos fritos que se têm notícia são de 2.000 a.C, na antiga Mesopotâmia. Na época, os humanos já fritavam massas em óleo raso a fim de transformar o sabor da comida. Além disso, também há registros de peixes fritos a partir do século 13, na península Ibérica, imitando a crocância das massas fritas do Oriente Médio.
Relativamente nova, a air fryer foi apresentada ao público pela primeira vez na feira de eletroeletrônicos IFA (Internationale Funkausstellung Berlim), na capital alemã, em 2010, pela Philips. Um ano depois, o produto chegou ao território brasileiro. O evento, aliás, já recebeu o físico Albert Einstein, em 1930. Leia mais no Giz Brasil.
Couve crispy na air fryer vale a pena?
Apesar do sucesso das receitas inovadoras das testemunhas da air fryer, especialistas alertam para problemas no cozimento de verduras, como alface e couve, na fritadeira elétrica. Isso porque elas podem ficar secas e perder o frescor ou até mesmo a crocância que característica da fritura.
Mesmo assim, o eletrodoméstico é um dos métodos de cozimento que melhor mantém as propriedades dos alimentos. Em 2019, um estudo da FAG (Centro Universitário Fundação Assis Gurgacz) e da UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná) mostrou que a comida feita na fritadeira elétrica é capaz de manter mais compostos fenólicos, atividade antioxidante e concentração de proteínas do que as fritos no óleo ou cozidas no micro-ondas. Tá aí mais um argumento para os loucos por air fryer.