Três tendências que vão guiar a saúde no mundo em 2023

Em 2023, tendências na área da saúde incluem remédios feitos a partir de drogas psicodélicas e vacinas revolucionárias contra a Covid
Três tópicos que vão explicar a saúde no mundo em 2023
Imagem: Alexander Grey/Unsplash/Reprodução

Remédios psicodélicos e revoluções nas vacinas: essas são algumas das tendências para a saúde previstas para 2023.

No terceiro ano de pandemia, a ciência mira em imunizantes para barrar as transmissões da Covid, enquanto pesquisadores buscam a cura para doenças mentais, como depressão e Alzheimer. 

Podemos esperar que 2023 repercuta temas revolucionários na saúde, como vacinas nasais contra a Covid, um remédio inovador para combater o avanço do Alzheimer e até drogas psicodélicas para tratar transtornos psicológicos. 

A seguir, confira três tendências para a ciência e a saúde em 2023.

Vacinas mais modernas 

Meningite e pólio: baixa adesão às vacinas causa aumento das doenças

Imagem: Mufid Majnun/Unsplash/Reprodução

Uma estimativa da revista Economist apontou que a última geração de vacinas contra a Covid deve fazer mais diferença em 2023. Até o final de 2022, a OMS (Organização Mundial da Saúde) contava com mais de 170 ensaios clínicos, em especial de doses aplicadas pelo nariz e à prova de variantes. 

As vacinas nasais, pulverizadas no nariz ou na garganta, têm como objetivo dar imunidade às primeiras células que entram em contato com o vírus. Na teoria, isso impediria a proliferação até interromper a cadeia de eventos que dá origem à doença causada pelo agente infeccioso. 

A expectativa é que essas vacinas previnam a transmissão, o que as doses atuais ainda não fazem, apesar de reduzir o risco de adoecimento grave por causa do vírus. As doses nasais já foram aprovadas pela Índia e China, mas ainda não há dados publicados sobre sua eficácia. A expectativa é que os primeiros resultados saiam em 2023. 

Já as vacinas contra quaisquer variantes têm como alvo grupos específicos de coronavírus, como o resfriado sazonal e o vírus SARS-Cov original. Os testes em humanos para algumas dessas doses devem começar já no próximo ano. Se tudo der certo, é possível que uma vacina mais ampla já fique disponível a partir de 2024. 

Remédio para Alzheimer 

Níveis baixos de estresse podem fazer bem ao seu cérebro, diz estudo

Folhas de raio-x do cérebro humano. Imagem: Texas University/Reprodução

O próximo ano também deve ser de avanços nos estudos para avaliar o Lecanemab, fármaco experimental com “potencial” para tratar a doença de Alzheimer

No final de novembro, a publicação de um estudo associou o medicamento a mais depuração das proteínas amilóides e menor declínio cognitivo. Mas ainda há preocupações sobre a segurança do medicamento e sua relação com efeitos colaterais graves

Varreduras cerebrais indicaram que 17% dos participantes mostraram risco de ter hemorragias e 13% de inchaço no cérebro após o tratamento. No geral, 7% dos participantes precisaram suspender o uso do medicamento por causa dos efeitos colaterais. 

Em 2023, reguladores dos EUA devem avaliam os dados e decidir pela aprovação, ou não, do lecanemab. Ao mesmo tempo, as farmacêuticas Eisai e Biogen, que desenvolvem o medicamento, planejam iniciar o processo de aprovação em outros países.

Se comprovar efetividade, o lenacemab deve abrir caminho para uma nova era de medicamentos para tratar o Alzheimer, a forma mais comum de demência. Por enquanto, os cientistas verificaram que a droga funciona nos estágios iniciais da doença – o que contém o avanço se usado logo após a detecção.

O tratamento atual para a doença inclui medicamentos que controlam os sintomas, mas nenhum que interfere em seu avanço. A grosso modo, o medicamento combate o acúmulo de proteínas amilóides que formam uma espécie de gosma que se acumula no cérebro das pessoas com Alzheimer. 

Medicamentos “psicodélicos”

Três tópicos que vão explicar a saúde no mundo em 2023Pílulas de remédios. Imagem: Christina Victoria Craft/Unsplash/Reprodução

O ano de 2023 deve ser um marco na era dos medicamentos psicodélicos. Logo em janeiro, a droga MDMA deve concluir o segundo teste da fase 3 para o tratamento de Transtorno de Estresse Pós-traumático nos EUA. 

O MDMA é uma droga psicoativa que produz uma sensação de “abertura” emocional. Assim como outras drogas, como LSD e cetamina, o MDMA causa mudanças de ação rápida na função cerebral. 

Se tudo correr como esperado, a droga pode seguir para a aprovação da FDA, a Anvisa norte-americana. Estudos indicam que três doses de MDMA, além de terapia de 18 semanas, pode proporcionar uma redução significativa nos sintomas do transtorno. 

Depois que o processo entrar no FDA, é difícil precisar quanto tempo levará até a decisão final. Mas no estado de Oregon, por exemplo, o uso terapêutico da psilocibina – composto psicodélico produzido a partir de fungos – se torna legal a partir de 1º de janeiro. A ideia é usar o medicamento para tratar casos de depressão grave. 

Além de Oregon, a província de Alberta, no Canadá, também começará a permitir o uso regulamentado de drogas psicodélicas para terapia a partir de janeiro. Isso inclui psilocibina, MDMA, LSD, mescalina, DMT e cetamina. 

Julia Possa

Julia Possa

Jornalista e mestre em Linguística. Antes trabalhei no Poder360, A Referência e em jornais e emissoras de TV no interior do RS. Curiosa, gosto de falar sobre o lado político das coisas - em especial da tecnologia e cultura. Me acompanhe no Twitter: @juliamzps

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