
Tsunamis na Grécia expuseram templo de Poseidon, o deus dos mares

Arqueólogos europeus descobriram um antigo templo de Poseidon, o deus dos mares, na antiga cidade grega de Samikon. O local foi um importante centro comercial e político há 11,6 mil anos.
Os vestígios da estrutura que um dia foi um templo ficam na costa do Mar Jônico. Eles parecem ter voltado à superfície depois de tsunamis atingirem o local.
O estudo reúne pesquisadores do Instituto Arqueológico Austríaco, Universidade Johannes Gutenberg de Mainz, na Alemanha, Universidade de Kiel e do governo da Grécia.
Na escavação, os pesquisadores encontraram evidências geológicas que sugerem o impacto de diferentes ondas gigantes entre os séculos 6 d.C. e 14 d.C. Relatos encontrados na Grécia mostram tsunamis na região nos anos 551 e 1303.
Os detalhes sobre o templo batem com os escritos do antigo historiador grego Estrabão. Ele se referiu à existência de um importante santuário na costa da região grega do Peloponeso há 2 mil anos.
“A localização deste local sagrado corresponde aos detalhes fornecidos por Estrabão em seus escritos”, escreveu Birgitta Eder, diretora da filial de Atenas do Instituto Arqueológico Austríaco, em comunicado.
Quando ainda estava inteiro, o templo tinha 9 metros de largura e ficava voltado para o mar, de forma que parecia criar um “trono” para Poseidon. Segundo os pesquisadores, é provável que os gregos antigos tenham escolhido o local porque a área era muito propensa a tsunamis na antiguidade.
“Os resultados de nossas investigações indicam que as ondas do mar Jônico atingiram diretamente o templo até 5.000 a.C”, explicou Andreas Vött, geoarqueólogo da Universidade Johannes Gutenberg de Mainz, na Alemanha.
Vestígios do templo de Poseidon
- As escavações realizadas em 2022 revelaram partes das fundações de uma estrutura com 9,4 metros de largura e paredes cuidadosamente posicionadas com 0,8 metros de espessura. Imagem: Birgitta Eder/Filial de Atenas do Instituto Arqueológico Austríaco/Divulgação
- Parte de um perirrhanterion de mármore, ou seja, uma bacia de água ritual. Peça fornece evidências para datar o grande edifício do período arcaico grego. Imagem: Birgitta Eder/Filial de Atenas do Instituto Arqueológico Austríaco/Divulgação
- Os arqueólogos suspeitavam há anos da existência do famoso santuário na planície abaixo da antiga fortaleza de Samikon, na costa oeste do Peloponeso. Imagem: Birgitta Eder/Filial de Atenas do Instituto Arqueológico Austríaco/Divulgação