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Arqueólogos encontram túmulos bem elaborados em cemitério anglo-saxão do século 5

Arqueólogos trabalhando no leste da Inglaterra descobriram um cemitério anglo-saxão antes desconhecido que data de aproximadamente 1.600 anos. Pelo menos 20 túmulos foram descobertos, incluindo vários sepultamentos luxuosos de mulheres. • Neandertais não eram tão violentos quanto pensávamos, diz nova pesquisa • Arqueólogos encontram múmias de gatos e besouros no Egito As sepulturas foram descobertas em um […]

Universidade de Sheffield

Arqueólogos trabalhando no leste da Inglaterra descobriram um cemitério anglo-saxão antes desconhecido que data de aproximadamente 1.600 anos. Pelo menos 20 túmulos foram descobertos, incluindo vários sepultamentos luxuosos de mulheres.

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As sepulturas foram descobertas em um sítio arqueológico em Lincolnshire Wolds, uma vasta gama de colinas pitorescas e vales 230 quilômetros ao norte de Londres, na Inglaterra. As sepulturas, das quais existem pelo menos 20, datam do final do século 5 à metade do século 6, de acordo com um comunicado da Universidade de Sheffield.

Broche encontrado no cemitério anglo-saxão. Imagem: Universidade de Sheffield

Os primeiros sinais de que algo de importância arqueológica estava localizado no sítio apareceram quando um detector de metais local descobriu uma série de artefatos anglo-saxões, como pontas de lança, partes de escudos de ferro e broches de cobre dourado.

Uma equipe arqueológica liderada por Hugh Willmott e Katie Hemer, da Universidade de Sheffield, chegou para investigar mais a fundo. Juntou-se a eles Adam Daubney, oficial de ligação de descobertas do condado de Lincolnshire do programa Portable Antiquities Scheme.

Os pesquisadores disseram que praticamente todas as sepulturas incluíam uma “rica variedade de objetos”, consistentes com os costumes fúnebres vistos no leste da Inglaterra durante os primeiros séculos após as migrações germânicas.

Um dos aspectos mais interessantes dos túmulos foi a “proporção significativa de enterros muito luxuosos” associados com as mulheres enterradas nas colinas de Lincolnshire Wolds.

“Essas mulheres usavam colares feitos às vezes de centenas de contas de âmbar, vidro e quartzo e itens pessoais como pinças, carregavam bolsas de tecido abertas por anéis de marfim de elefante e usavam broches belamente decorados para prender suas roupas”, disse Willmott em um comunicado de imprensa. “Duas mulheres até receberam anéis de prata e uma espécie de fivela de prata normalmente associada a comunidades jutas em Kent. Sepultamentos mobiliados pertencentes a homens também foram identificados, incluindo uma série de indivíduos enterrados com armas como lanças e escudos.”

Os anéis de marfim de elefante vieram da África subsaariana, mas, no contexto da época, “podem também ter vindo da lua”, disse Willmott ao Guardian.

Talvez estranhamente, túmulos de crianças estavam visivelmente ausentes no cemitério, que, reconhecidamente, só foi parcialmente escavado até agora. Dito isso, um dos enterros mais dramáticos foi o de uma “mulher ricamente vestida”, enterrada com “um bebê embalado em seu braço esquerdo”, afirmou Willmott.

Esqueleto feminino descoberto no cemitério anglo-saxão. Imagem: Universidade de Sheffield

O cemitério recém-descoberto agora apresenta aos arqueólogos uma oportunidade notável de descobrir mais sobre as primeiras comunidades anglo-saxônicas do leste da Inglaterra. Para esse fim, os restos humanos deverão passar por análise em um laboratório da Universidade de Sheffield. Exames físicos completos dos esqueletos são esperados, assim como uma análise isotópica de dentes e ossos para determinar de onde esses indivíduos vieram e o que eles comiam.

Naturalmente, a análise também se estenderá aos artefatos, incluindo as contas de âmbar. Os arqueólogos “analisarão a composição elementar do metal e identificarão a espécie de elefante que produziu os anéis de marfim”, explicou Hemer no comunicado.

As investigações no sítio arqueológico ainda estão em andamentos, então devemos esperar mais informações sobre esse cemitério anglo-saxão no futuro. No entanto, uma coisa está clara: esses antigos ingleses reverenciavam seus mortos, enterrando-os com o que eram claramente artefatos raros e muito preciosos.

[Universidade de Sheffield]

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