Aparentemente, Twitter e Facebook levam a sério a violação de direitos autorais, mesmo que o infrator seja o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. As plataformas recentemente removeram um vídeo postado por Trump em homenagem a George Floyd, um negro de 46 anos que morreu depois que um policial se ajoelhou em seu pescoço em Minneapolis.
O vídeo que as plataformas derrubaram apresentava Trump discutindo a morte de Floyd em uma narração, seguida de fotos e videoclipes dos protestos, incluindo cenas de violência, com uma música com um piano suave. Tanto o Twitter quanto o Facebook disseram ter recebido reclamações sob a DMCA (Digital Millennium Copyright Act). O Instagram, que pertence ao Facebook, também retirou o vídeo.
Em resposta à ação do Twitter, Trump tuitou que a empresa estava lutando duro pelos “Democratas da Esquerda Radical” e disse que a ação era ilegal. Ele também mencionou a Seção 230, uma lei crítica para a indústria de tecnologia que protege os sites de serem responsabilizados pelo conteúdo postado em suas plataformas, que, segundo ele, precisa ser revogado.
O CEO do Twitter, Jack Dorsey, negou as alegações de Trump.
“Não é verdade nem é ilegal”, disse Dorsey, citando o tuíte de Trump. “Isso foi removido porque recebemos uma reclamação da DMCA do detentor dos direitos autorais”.
O Facebook repetiu esta linha de argumento em um e-mail ao Politico.
“Recebemos uma reclamação de direitos autorais do criador sob a Digital Millennium Copyright Act e removemos a publicação”, disse o porta-voz do Facebook, Andy Stone. “As organizações que usam arte original compartilhada no Instagram devem ter o direito de fazê-lo”.
Não está claro qual imagem ou vídeo foi o alvo da reclamação. Segundo a reportagem do Politico, um escritório de advocacia da Califórnia confirmou que havia apresentado queixas ao Twitter, Facebook, Instagram e YouTube sobre o vídeo em nome de um artista que ele representava.
Neste sábado, o vídeo ainda podia ser encontrado no YouTube, que recusou retirá-lo porque disse que a versão publicada em sua plataforma era diferente da versão postada no Twitter. O YouTube disse ao Politico que o vídeo não continha o “conteúdo supostamente infrator”.
Os movimentos do Twitter e do Facebook provavelmente causarão mais uma birra com a Casa Branca. O Twitter, especialmente, virou inimigo de Trump por aplicar recentemente uma advertência e verificação de fatos em tuítes que espalhavam falsidades e glorificava a violência.
O Facebook, por outro lado, se recusou a derrubar os posts inflamatórios de Trump sobre protestos na rede social, o que levou seus funcionários a fazerem um protesto virtual.