A Rússia deu início à ocupação da vizinha Ucrânia na madrugada desta quinta-feira (24), conduzindo ataques aéreos em várias partes do país, incluindo a capital Kiev — além de enviar forças terrestres ao norte, leste e sul.
A tensão pré-guerra já se estendia há alguns dias. Agora, ucranianos se veem encurralados por bombardeios russos — e muita gente tenta deixar o país às pressas, lotando bancos e congestionando estradas.
Uma eventual retaliação da Ucrânia tem colocado a comunidade internacional em alerta. Tudo porque a ex-colônia soviética tem tradição em energia nuclear: cerca de metade da energia ucraniana vem de usinas desse tipo. Caso reatores do país sejam atingidos, o risco de um desastre radioativo não pode ser descartado.
Ao todo, existem 15 reatores de energia nuclear no país, distribuídos em quatro usinas diferentes. A preocupação agora é que, caso essas instalações sejam atingidas, os efeitos humanitários da invasão se tornem ainda maiores. A própria Rússia, especialmente nas áreas de fronteira, também pode ser afetada por eventuais vazamentos radioativos do país vizinho.
Outro ponto de preocupação, para além de destruições acidentais, é a possibilidade de as próprias usinas de energia se tornarem alvos de tropas russas com a escalada do conflito. Inviabilizar a matriz energética do inimigo, afinal, inibe a capacidade de um país de continuar lutando.
A tradição da Ucrânia em energia nuclear vem desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Em 1944, foi criado um departamento no Instituto de Física de Kiev para tratar de questões relativas à física nuclear e ao uso da energia atômica. O órgão é responsável por conduzir pesquisas para uma série de programas científicos internacionais, auxiliando inclusive na formação de especialistas para outros países.