Um ano de James Webb: veja as principais imagens obtidas pelo telescópio em 2022
O final do ano de 2022 marcou o primeiro aniversário de lançamento do Telescópio Espacial James Webb (JWST). Ele foi enviado ao espaço no dia 25 de dezembro de 2021, partindo às 9h20 (horário de Brasília) do Porto Espacial da Europa, na Guiana Francesa, na América do Sul.
O James Webb não começou a operar imediatamente. Na verdade, ele alcançou o ponto L2, onde está localizado, apenas em janeiro de 2022. Depois disso, ainda passou cerca de seis meses alinhando seus espelhos e equipamentos para começar a fotografar o cosmos.
A primeira imagem científica do telescópio foi divulgada apenas em julho. Desde então, suas lentes não tiveram mais folga, dando início a uma nova era da exploração espacial. Confira algumas das principais fotos capturadas pelo Webb.
SMACS 0723
Você provavelmente se lembra dessa foto. A imagem de campo profundo, divulgada em julho, foi descrita como a mais detalhada já tirada do Universo. Para você ter ideia da dimensão do evento, a foto foi divulgada por ninguém menos do que Joe Biden, presidente dos EUA, durante uma transmissão especial feita na Casa Branca.
A foto mostra a área conhecida como SMACS 0723, uma região com aglomerados de galáxias massivas. Alguns dos sistemas na imagem só são visíveis devido à capacidade do Webb de fotografar no espectro infravermelho, capturando galáxias e estrelas que se formaram 13,5 bilhões de anos atrás, pouco após o Big Bang.
Júpiter
Em agosto, o James Webb fotografou nada menos do que o planeta Júpiter. Sim, os corpos celestes não são o foco do telescópio, mas isso não invalida a possibilidade dos cientistas de rever objetos conhecidos sob outras perspectivas.
O clique do Webb mostra, por exemplo, os polos do planeta e as auroras que se formam nessas regiões. É possível ver ainda a Grande Mancha Vermelha, uma região de tempestade com tamanho superior ao da Terra. Algumas das luas de Júpiter também dão as caras na fotografia.
Nebulosa de Órion
As nebulosas não poderiam ficar de fora dessa lista. Esses grandes aglomerados de poeira e gás são conhecidos pelo público devido a imagem estonteante que formam no Universo.
O telescópio Hubble, antecessor do Webb, conseguia boas fotos dessas maravilhas celestes, mas não ia além por operar na luz visível. As ferramentas do JWST, que operam no infravermelho, foram capazes de enxergar dentro das nuvens, capturando o nascimento de estrelas.
A foto do berçário cósmico foi divulgada em setembro e mostra a Nebulosa de Órion, localizada a 1.350 anos-luz da Terra. Essa distância é relativamente baixa quando pensada em escalas astronômicas.
Binário WR140
O clique do binário WR140 foi divulgado em outubro de 2022. A imagem mostra nada menos do que duas estrelas massivas: a Wolf-Rayet e uma estrela do tipo O.
A primeira é tão energética que ejeta a maior parte de seu hidrogênio, podendo ainda liberar elementos mais pesados como carbono ou nitrogênio. Já a segunda integra a classe das maiores e mais quentes estrelas que conhecemos.
Os anéis vistos na imagem são resultado das colisões entre os ventos solares das estrelas. O gás que flui dos astros acaba sendo condensado em partículas de poeira e formando os discos celestes. Uma circuferência é formada a cada oito anos, o que significa que a foto mostra, no mínimo, 130 anos de história espacial.
Protoestrela L1527
O James Webb capturou uma protoestrela — ou seja, uma estrela no início de sua vida. O astro divulgado em novembro tem apenas 100 mil anos, e não começou sequer a gerar sua própria energia através da fusão nuclear do hidrogênio.
A protoestrela recebe o nome de L1527. É possível ver ao seu redor uma nuvem de poeira e gás, que é atraída para o centro. Conforme o material cai, forma-se um disco de acreção, que alimenta o astro com material.