
Um em cada 4 brasileiros com smartphone já usou apps de apostas

Até 25% dos brasileiros que têm smartphone já jogaram em sites e apps de apostas esportivas. Desses, 60% disseram que mais perderam do que ganharam dinheiro nos jogos. Só 23% relataram que ganharam mais vezes do que perderam.
O resultado está em um relatório do site Mobile Time, lançado na última segunda-feira (29). A pesquisa entrevistou 2.069 brasileiros com 16 anos ou mais, entre 12 e 24 de abril. O grau de confiança é de 95%.
O estudo também chama a atenção para o perfil dos apostadores no Brasil. São eles:
- 33% são homens, enquanto 18% são mulheres
- Mais popular entre os jovens: 36% dos apostadores têm entre 16 e 29 anos
- 17% não ganharam nem perderam dinheiro
- Quem ganha de 1 a 3 salários mínimos aposta mais (30%)
Apesar das classes D e E serem mais ativas nos apps, quem está nas classes A, B e C não fica muito longe. Os usuários mais ricos (A e B) correspondem a 22% dos jogadores, e a classe média a 21%.
Os apps mais populares, segundo a pesquisa, são:
- Bet365: 18%
- Betano: 13%
- Blaze: 8%
- Pixbet: 5%
- Sportingbet: 4%
Apps de aposta são legais?
Jogos de azar são proibidos no Brasil, mas apostas esportivas não; uma lei de 2018 (13.756/2018) legalizou esse nicho no país. O que não existe, contudo, é uma regulamentação à lei, o que possibilita que muitos desses sites fiquem hospedados no exterior, especialmente em paraísos fiscais.
Agora, o governo federal decidiu regulamentar a lei via Medida Provisória (MP). O texto deve prever que sites e apps não credenciados no Brasil, e que recebem apostas brasileiras, sejam enquadrados como “atividade ilegal”.
Isso porque as casas de apostas ganham muito dinheiro – tanto é que já se tornaram as principais patrocinadoras na publicidade e clubes de futebol do país. Só que, como não estão sediadas em território brasileiro, não pagam nenhum imposto por aqui.
Além disso, fica difícil monitorar possíveis irregularidades, como escândalos com jogadores que manipulam partidas para ganhar apostas, por exemplo.
O Governo Federal recebeu a MP em 11 de maio. Agora, os ministérios do Planejamento, Gestão, Saúde, Turismo e Esportes avaliam os termos. O trâmite ainda deve passar pela Casa Civil, antes que as pastas editem portarias para criar mecanismos que coíbam a manipulação de resultados e o vício em jogos.