Universidades criam rede de apoio para cientistas da Ucrânia no Twitter

Cientistas da Ucrânia relatam à revista Nature os horrores da guerra. Saiba o que está acontecendo e como outros pesquisadores podem ajudar.
Cientistas da Ucrânia
Prédio da Universidade Nacional de Kiev Taras Shevchenko. Imagem: Bunyk/Wikimedia Commons/Reprodução

Completou nesta quinta-feira (3) uma semana desde que a Rússia iniciou uma invasão à Ucrânia. A revista Nature já estava acompanhando o temor dos cientistas frente à iminência de uma guerra –e segue em contato com os pesquisadores. 

Apesar de estudantes e professores universitários ou com cargos científicos estarem isentos do recrutamento feito pela Ucrânia, muitos estão optando em lutar pelo país. Novos relatos mostram que os cientistas deixaram seus laboratórios para pegar em armas. 

Consequentemente, a pesquisa está parada. Illya Khadzhynov, vice-reitor de trabalho científico da Universidade Nacional Vasyl Stus Donetsk, conta que seu foco no momento é prover assistência psicológica e cuidar da saúde mental dos estudantes e funcionários. 

Khadzhynov entende os efeitos de uma guerra sobre o ser humano. O professor de 85 anos teve que se mudar para Vinnytsia, no centro da Ucrânia, em 2014, após a região de Donbas ser reivindicada por separatistas.

Maksym Strikha, físico da Universidade Nacional de Kiev Taras Shevchenko, explica que está com um manual da física do estado sólido finalizado, mas não tem como publicar. 

O pesquisador espera por um novo bombardeamento em breve, e por isso enviou o rascunho de seu material para outros cientistas. “Se a situação não for boa para mim, quem sabe alguém possa editar este manual e publicá-lo”, disse Strikha. 

Na Universidade Nacional Agrária de Sumy, a 30 quilômetros da fronteira com a Rússia, dormitórios e prédios da instituição foram destruídos. No dia 1º de março, havia cerca de 400 alunos no local que não conseguiram fugir, sendo 170 deles imigrantes. 

Os horrores da guerra levaram a pesquisadora Sanita Reinsone, da Letônia, a criar uma rede de apoio no Twitter voltada aos cientistas da Ucrânia. Diversas instituições ao redor do mundo podem entrar na iniciativa, oferecendo bolsas de estudo e trabalho para os afetados.

As ofertas estão sendo compiladas no site Science for Ukraine. Por lá, é possível ver as universidades que estão oferecendo auxílio e para quais campos de estudo. A Universidade de São Paulo (USP), por exemplo, está com vagas para cientistas da Ucrânia das áreas de imunologia veterinária ou básica.

Carolina Fioratti

Carolina Fioratti

Repórter responsável pela cobertura de saúde e ciência, com passagem pela Revista Superinteressante. Entusiasta de temas e pautas sociais, está sempre pronta para novas discussões.

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