USP e UFRJ têm projetos de ventiladores pulmonares baratos e de fácil fabricação
A Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) possuem projetos de ventiladores pulmonares mais baratos e que podem ser fabricados com mais velocidade. Item crucial para os pacientes em estado grave que foram infectados pelo novo coronavírus, os ventiladores pulmonares não estão disponíveis na quantidade suficiente em vários países do mundo.
Esses aparelhos ajudam os pacientes com a COVID-19 em estado severo a respirar, bombeando oxigênio para os pulmões e removendo o dióxido de carbono do corpo. A disponibilidade do equipamento pode garantir a sobrevivência de um paciente.
Nos EUA, por exemplo, já faltam ventiladores pulmonares. De olho na situação que pode acontecer no Brasil, pesquisadores de diversas universidades lançaram projetos interessantes: a a Escola Politécnica (Poli) da USP anunciou um projeto de “ventilador pulmonar mecânico que poderá ser produzido por fabricantes autorizados, rapidamente e com menor custo, para atender às emergências em pacientes atingidos pela COVID-19.”
De acordo com o Jornal da USP, um respirador convencional custa, no mínimo, R$ 15.000. O projeto da universidade quer que o item seja produzido com custo de R$ 1.000.
“Por suas características, o projeto irá viabilizar a construção de alguns milhares de ventiladores a partir de três semanas e ter milhares produzidos em cinco semanas”, disse o engenheiro Raul Gonzalez Lima, coordenador de um grupo de cerca de 40 pessoas que estão envolvidas na iniciativa, que teve início no dia 20 de março. Todo o desenvolvimento tem código-aberto (open source).
O Jornal da USP aponta ainda que a rede brasileira tem 61.000 respiradores, entre hospitais públicos e privados. O governo anunciou a disponibilidade de mais 20.000 respiradores. A demanda estimada para tratar os casos graves de COVID-19 no final de abril tem dois cenários distintos. Numa visão otimista, seriam necessários 40.000 respiradores – número alcançado por medidas como o isolamento social. Já a demanda no cenário pessimista seria de 400.000 ventiladores pulmonares.
Outros levantamentos apontam que a demanda por novos ventiladores crescerá em abril e a produção atual não atenderá a demanda. Por isso, projetos como esses são importantes.
A UFRJ também tem um projeto semelhante, desenvolvido pelo Programa de Engenharia Biomédica do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe) no Laboratório de Engenharia Pulmonar e Cardiovascular da Coppe.
De acordo com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ), um protótipo do ventilador construído com recursos disponíveis no laboratório apresentou bom resultado em um modelo físico de pulmão em condições parecidas com a dos pacientes com insuficiência respiratória. Neste momento, os pesquisadores adaptam o projeto para adequá-lo à produção em escala industrial.
“O ventilador pulmonar em desenvolvimento não pretende ser mais completo e versátil que os ventiladores de última geração disponíveis nas Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs). Pelo contrário, é um recurso simples e seguro, porém emergencial, que deve ser utilizado somente quando não houver um equipamento padrão disponível, como pode acontecer em alguns locais durante a pandemia global”, diz Jurandir Nadal, chefe do Laboratório de Engenharia Pulmonar e Cardiovascular da Coppe.
Há uma campanha para obter financiamento e parcerias com empresas, instituições privadas e públicas que possam viabilizar a produção do protótipo. Uma rede de empresas está sendo montada para iniciar a produção imediata, após a aprovação dos testes com pacientes e adequação às normas de segurança. Muitas empresas se apresentaram e algumas já vêm colaborando. Nesta página, você pode saber como colaborar.