Vacina em adesivo para Covid-19 supera injeção em testes preliminares
Vacinas são sinônimo de agulhada no braço. Mas a popular “picadinha” não é a única maneira de ser imunizado — o Zé Gotinha que o diga. Para diversas doenças, (como sarampo, rubéola e poliomielite, por exemplo) há formas de aplicação alternativas, como inalação, gotas ou adesivos, que podem salvar a pele de crianças e de quem tem pavor de agulha.
Quase um ano após a criação da primeira vacina contra a Covid-19, cientistas trabalham agora na criação de uma versão adesiva do imunizante. Ela ainda passa em testes preliminares, mas já apresentou resultados bastante positivos. E uma eficácia até maior do que a injeção tradicional.
Bom, foi isso, pelo menos, que apontou um estudo feito em ratos.
A vacina usada no adesivo é a HexaPro, que foi desenvolvida por pesquisadores da Universidade do Texas, nos EUA, e ainda passa por testes clínicos antes de ser aprovada em humanos. Ratinhos com o adesivo desenvolveram mais anticorpos contra o novo coronavírus do que os que receberam a mesma vacina injetada, e não chegaram a ficar doentes.
A hipótese dos cientistas para explicar o fato de resposta imune da vacina adesivo ser maior é a seguinte: a superfície da pele, onde ela fica em contato, possui grande quantidade de células imunes. Sendo assim, o trabalho de ensinar as defesas do organismo se torna mais simples.
A parte do adesivo que fica em contato com a pele tem cerca de um centímetro de tamanho, e conta com 5000 pequenas agulhinhas de plástico, com 0,25 milímetro cada uma. Essas pontinhas são cobertas com vacina desidratada, que é uma fórmula mais estável que as versões líquidas.
Além de aposentar a dorzinha no braço, a vacina adesivo carrega uma série de vantagens. A primeira delas é que não precisa ser guardada em baixas temperaturas, como certas versões das vacinas para Covid-19 atualmente no mercado. A 25ºC, temperatura considerada ambiente, ela tem validade de um mês.
Essa versatilidade da vacina adesivo tem potencial para ampliar as campanhas de vacinação contra Covid-19 no mundo, sobretudo em países mais pobres, que não costumam contar com estruturas de refrigeração sofisticadas.