Vândalos destroem pinturas de 30 mil anos em caverna indígena na Austrália
As pinturas nas paredes da caverna Koonalda, no sul da Austrália, podem reescrever a história da humanidade. Por muito tempo, os arqueólogos acreditaram que os primeiros humanos haviam pisado pela primeira vez na Oceania 8,7 mil anos atrás. As artes rupestres de Koonalda reescrevem essa narrativa, já que agora foram datada em 30 mil anos.
Hoje, a caverna é considerada sagrada para o povo aborígine mirning, além de ter sido listada como Patrimônio Nacional da Austrália no ano de 2014. Mas esse patrimônio sofreu uma interferência nada agradável: vândalos invadiram o espaço e picharam as paredes, danificando os desenhos.
Os padrões geométricos nas paredes foram cobertos pela frase “Não olhe agora, mas esta é a caverna da morte”. As autoridades ainda não encontraram os responsáveis, que, se encontrados, vão ter que arcar com uma multa de US$ 10 mil (cerca R$ 5,5 mil) ou até seis meses de prisão.
As paredes da caverna são formadas por rochas macias de calcário, que permitem que pessoas deixem marcas apenas passando seus dedos. Devido a sensibilidade do espaço, é impossível que o grafite seja removido sem danificar as pinturas originais.
Foi instalada na década de 1980 uma cerca no local para evitar que as pessoas invadissem a caverna, mas a barragem se deteriorou com o passar do tempo e já não impede o acesso de visitantes. Ativistas pedem que sejam instaladas barreiras mais firmes e também câmeras de monitoramento, capazes de funcionar 24 horas por dia, 7 dias por semana.
Os povos mirning também solicitam ao governo australiano melhor acesso para a tribo às cavernas, já que assim eles poderiam ajudar a cuidar do espaço. Atualmente, os aborígenes precisam pedir uma chave ao departamento ambiental local para acessar a área.