Não é notícia repetida: vazaram dados de mais de 100 milhões de contas de celular no Brasil
Enquanto ainda tentamos entender quais são as consequências do megavazamento de janeiro, que expôs dados de mais de 223 milhões de CPFs, surge a notícia de uma nova brecha de segurança de grandes proporções, desta vez envolvendo linhas de celular. Descoberto pela PSafe e noticiado em primeira mão pelo NeoFeed, este vazamento inclui dados de mais de 100 milhões de celulares.
Segundo a empresa de cibersegurança, o vazamento envolve informações como tempo de duração de ligações, número de telefone e dados pessoais, entre outros. Mesmo pessoas famosas, como o presidente Jair Bolsonaro e os apresentadores William Bonner e Fátima Bernardes, estão na lista de afetados.
Ao NeoFeed, Marco DeMello, CEO e fundador da PSafe, diz que o hacker que possui os dados não é brasileiro e não revela como obteve as informações. Ele está vendendo os registros na deep web ao preço de US$ 1 por registro, em bitcoins, mas este valor cai na compra de quantidades maiores. A empresa também diz ter identificado a carteira de bitcoin responsável por receber os pagamentos das vendas.
Ao NeoFeed, a PSafe disse que o hacker forneceu os dados de Jair Bolsonaro e de Fátima Bernardes. Os registros do presidente incluem número de celular, valor da conta telefônica, número de minutos de ligação por dia, data de nascimento, CPF, filiação e outras informações. No caso da apresentadora global, há o número de telefone, o endereço de e-mail e o CNPJ, além de outros dados.
Em um comunicado divulgado na noite desta quarta (10), DeMello diz: “A maneira com que os dados foram obtidos ainda não são claras para nossa equipe. O que podemos afirmar é que os vazamentos de dados empresariais têm sido cada vez mais frequentes e os colaboradores em home office têm sido o principal alvo dos cibercriminosos. É uma briga injusta para as empresas, basta um dispositivo desprotegido e uma ameaça bem sucedida para que um vazamento ocorra. A proteção aos dados precisa ser ativa em tempo integral.”
O cibercriminoso diz que as informações foram obtidas de duas grandes operadoras, mas a PSafe diz que não pode “tomar como evidência a alegação” dele. Ao NeoFeed, Vivo e Claro negaram vazamentos de suas bases.
DeMello afirma que sua empresa tem relacionamento próximo com a Autoridade Nacional de Proteção de Dados e que as autoridades já foram comunicadas.
Atualizado às 19h48 com informações do comunicado da PSafe.