Veja a maior explosão de raios gama desde o início da civilização na Terra

Explosão de raios gama teve origem a cerca de 1,9 bilhão de anos-luz da Terra. Entenda o que aconteceu e por que ela foi tão intensa
Veja a maior explosão de raios gama desde o início da civilização na Terra
Imagem: NASA/YouTube/Reprodução

No último ano, uma enorme pico de radiação atingiu detectores de vários telescópios espaciais. Tratava-se de um efeito nada trivial: uma explosão de raios gama (GRB), mas que se diferenciava por ser 70 vezes mais brilhante do que qualquer outra já vista pelos astrônomos.

Os cientistas nomearam a explosão como GRB 221009A, mas ela ficou conhecida pelo apelido de BOAT – sigla em inglês para “a mais brilhante de todos os tempos”. O episódio ocorreu em 9 de outubro de 2022, mas somente agora foi relatado no The Astrophysical Journal Letters.

Os GRBs são capazes de gerar mais energia em segundos do que o Sol produzirá durante toda sua vida útil de 10 bilhões de anos. Eventos do tipo não são raros, mas a intensidade vista no BOAT é algo que ocorre apenas um vez a cada 10 mil anos.

O que são os GRBs

Para entender o que aconteceu, é preciso caracterizar os GRBs. Existem os curtos, que duram segundos e são provavelmente gerados pela colisão entre estrelas de nêutrons, e os longos, que duram minutos e parecem se originar em buracos negros nascidos de estrelas massivas.

Vamos falar sobre a segunda opção. Quando o núcleo de estrelas massivas colapsa, forma-se o buraco negro. Esse, por sua vez, libera jatos de raios gama. Pode-se restar um brilho residual que, posteriormente, deposita energia na estrela e alimenta sua explosão em supernova, como visto na animação abaixo:

Mas até agora os cientistas não identificaram uma supernova ligada ao fenômeno. Eles sabem apenas que, caso ela surja, estará em algum lugar a cerca de 1,9 bilhão de anos-luz da Terra.

O ângulo de lançamento do GRB tornou-o o jato mais brilhante já visto na história. Os pesquisadores compararam o jato àquele produzido pelo bico mais potente de uma mangueira de jardim, o que justifica sua intensidade. Além disso, o feixe de raios estava diretamente voltado para a Terra, tornando-o mais potente quando visto daqui.

Carolina Fioratti

Carolina Fioratti

Repórter responsável pela cobertura de saúde e ciência, com passagem pela Revista Superinteressante. Entusiasta de temas e pautas sociais, está sempre pronta para novas discussões.

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