Ciência

Verão de 2023 no hemisfério norte foi o mais quente em 2 mil anos

Estudo publicado na Nature analisou anéis em tronco de árvores para comparar temperaturas do verão de 2023 com anos mais antigos
Imagem: Ethan Robertson/ Unsplash/ Reprodução

O ano de 2023 segue batendo recordes. Depois de contabilizar dez ondas de calor durante doze meses e ser classificado como o ano mais quente dos últimos 100 mil anos, um estudo comprovou outra marca: o verão mais quente do hemisfério norte dentro dos últimos dois mil anos.

Pesquisadores descobriram a informação após estudos reconstruindo temperaturas antigas a partir dos anéis que se formam no tronco de árvores. Os resultados foram publicados na revista Nature.

“As árvores nos dizem que 2023 foi excepcionalmente quente”, afirmou Jan Esper, coautor do estudo, à Scientific American.

Entenda a pesquisa

“Os registros climáticos de camadas de gelo e sedimentos que remontam a esse período têm uma resolução de cerca de 300 anos, então não podemos fazer uma comparação significativa dos registros com dias, semanas ou até anos individuais”, explicou Esper.

Por isso, os pesquisadores optaram por estudar os anéis em troncos de árvores, que se formam a cada ano de crescimento da planta. Em geral, o quanto elas crescem está relacionado às temperaturas sazonais que experimentam.

Contudo, esse tipo de árvore vive em climas temperados, o que torna difícil registros de anéis anuais de árvores do hemisfério sul. Por isso, os pesquisadores limitaram as análise apenas a porção norte do planeta, entre 30° e 90° de latitude.

Com base nesses registros, o verão de 2023 foi claramente o mais quente dos últimos 2.000 anos. Além disso, a temperatura do período analisado foi cerca de 0,5°C maior do que o verão de 246 d.C. 

Os pesquisadores usaram essa data porque havia sido o verão mais quente antes dos humanos começarem a aumentar a temperatura global pela emissão de gases de efeito estufa.

Em comparação com anos mais recentes, 2023 teve um verão mais quente que 2016, ano que detinha o recorde anterior. No total, o último verão superou a antiga marca em 0,15°C.

Para Esper, o resultado não é uma surpresa. “Tal calor era esperado, talvez não neste ano específico”, afirmou. Agora, ele espera que a pesquisa reforce a urgência de reduzir as emissões de gases de efeito estufa e abandonar os combustíveis fósseis.

Bárbara Giovani

Bárbara Giovani

Jornalista de ciência que também ama música e cinema. Já publicou na Agência Bori e participa do podcast Prato de Ciência.

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