Ciência

Recorde quebrado (de novo): fevereiro de 2024 foi o mês mais quente da história

Mudanças climáticas fizeram fevereiro ser 1,77°C mais quente do que a média estimada para o período de referência pré-industrial
Imagem: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Fevereiro foi o mês mais quente no mundo desde que há registros. A revelação do novo recorde foi divulgada nesta quinta-feira (7) pelo Serviço de Alterações Climáticas Copernicus (C3S). Fevereiro foi 1,77°C mais quente do que a média estimada para o período de referência pré-industrial (1850-1900).

Copernicus é o serviço de monitoramento do clima do programa espacial europeu. Segundo o levantamento, a média global da temperatura do ar em fevereiro foi de 13,54°C.

A temperatura está 0,81°C acima da média de fevereiro para o período de 1991 a 2020 e 0,12°C acima do recorde anterior, registrado em 2016.

Fevereiro quente: o histórico das mudanças climáticas

O novo recorde não é exatamente um espanto para os cientistas, já que desde junho de 2023 todos os meses têm batido recorde histórico mensal de temperatura.

“O clima responde às concentrações atuais de gases de efeito estufa, pelo que, a menos que consigamos estabilizá-las, enfrentaremos inevitavelmente novos recordes de temperatura global e suas consequências”, alertou em um comunicado o diretor do Serviço Copernicus para as Alterações Climáticas, Carlo Buontempo.

A temperatura média global dos últimos 12 meses (março de 2023 a fevereiro de 2024) é a mais elevada de que há registro, 0,68°C acima da média de 1991-2020 e 1,56°C acima da média pré-industrial de 1850-1900.

A temperatura média global da superfície do mar para fevereiro foi de 21,06°C. Foi a mais elevada para qualquer mês no conjunto de dados disponível e acima do recorde anterior de agosto de 2023 (20,98°C).

O Acordo de Paris vai fracassar?

Os novos recordes em sequência colocam em xeque as metas estabelecidas pelo Acordo de Paris. O mecanismo global tem como principal objetivo impedir que o aumento na temperatura média da Terra chegue a 2°C, em comparação ao período pré-Revolução Industrial, até 2100.

Assim, segundo uma pesquisa, publicada no último mês na revista Nature, o aquecimento da era industrial começou muito antes do que se pensava, já na década de 1860.

Portanto, ultrapassaremos a meta estabelecida pelo Acordo de Paris em 2030. Dessa forma, para os cientistas, o aquecimento global já estava 1,7°C acima dos níveis pré-industriais em 2020. É uma cifra 0,5 °C superior às estimativas do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês).

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Gabriel Andrade

Gabriel Andrade

Jornalista que cobre ciência, economia e tudo mais. Já passou por veículos como Poder360, Carta Capital e Yahoo.

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