Vício em games faz desenvolvedora Tencent controlar tempo de jogo de menores de idade

O vício em jogos online está começando a atingir consideravelmente alguns menores de idade. A coisa está tão feia em alguns países asiáticos que uma desenvolvedora vai começar a barrar jogadores que tenham menos de 18 anos. • Escola chinesa está testando reconhecimento facial para ver se alunos estão prestando atenção na aula • Por […]

O vício em jogos online está começando a atingir consideravelmente alguns menores de idade. A coisa está tão feia em alguns países asiáticos que uma desenvolvedora vai começar a barrar jogadores que tenham menos de 18 anos.

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Escola chinesa está testando reconhecimento facial para ver se alunos estão prestando atenção na aula
Por que as empresas começaram a se importar com vício tecnológico

A Tencent, conglomerado chinês dono do WeChat e de vários games, informou que vai passar a adotar um sistema de “jogatina saudável”, que vai incluir tempo limite diário e uma ferramenta para checagem de identidade com a ajuda de reconhecimento facial. As regras são restritas ao mercado chinês.

“Para garantir a atividade saudável de não adultos, nós iremos tornar padrão a verificação de identidade em toda nossa linha de games”, afirmou a empresa em comunicado.

A companhia passou a adotar em setembro algumas dessas táticas no game móvel Honour of Kings, mas a empresa tem planos de expandir a política para outros nove jogos móveis.

Honour of Kings é um MOBA da Tencent que faz muito sucesso na China. Crédito: Reprodução/YouTube

A regra para idade funciona assim:

Menos de 12 anos – pode jogar até 1 hora por dia.
Entre 12 e 18 anos – pode jogar até 2 horas por dia.

O motivo para esses limites é que o governo chinês está começando a ficar esperto com o vício causado por tais jogos. Então, as autoridades do país têm pedido que as desenvolvedoras ofereçam mais formas de controlar o tempo que os jovens chineses estão gastando com esses games.

A mudança de regras para a Tencent, que é a maior desenvolvedora de games móveis do mundo, é importante, pois o governo chinês, conforme informa a Reuters, não aprova a publicação de novos títulos desde março. A aprovação pelas autoridades é importante, pois sem ela a companhia não pode oferecer compras dentro do jogo. Imagine o quanto que a companhia não pode deixar de faturar em um mercado de mais de 700 milhões de usuários.

Para se ter uma ideia, games populares como o PUBG Mobile (PlayerUnknown’s Battlegrounds Mobile), que também pertence à gigante chinesa, não podem ser monetizados na China por causa dessa questão. A consultoria de investimento CLSA estima que a Tencent poderia gerar US$ 1 bilhão em receitas anuais caso pudesse oferecer compras dentro do jogo na China só com esse título.

Você, ocidental, pode pensar: pôxa, mas aí é só arranjar uma identidade falsa. Bem, a China, pelo menos, tem um sofisticado esquema de reconhecimento facial — eles conseguem achar até foragidos em shows.

Sem contar que enganar o governo não deve ser das tarefas mais tranquilas. O país tem implementado um sistema social de crédito feito para assegurar relações de confiança e sinceridade. Quem cometer infrações poderá ter a pontuação reduzida e ser prejudicado em tarefas como viajar de trem ou avião, por exemplo.

[Reuters e Bloomberg]

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