O exoesqueleto de Nicolelis fez uma brevíssima aparição na abertura da Copa
Esperamos ansiosamente para ver na abertura da Copa o exosqueleto que Miguel Nicolelis e sua equipe preparam há anos, mas ele apareceu por menos de dois segundos.
Aparentemente, a Rede Globo cortou a transmissão para mostrar o ônibus da Copa, e acabou não dando destaque ao exoesqueleto. O vídeo do pontapé inicial foi publicado no G1, e só às 16h40 – uma hora depois! – a emissora comentou o projeto de Nicolelis. Abaixo segue a transmissão da Band:
[youtube V3H-q2UWfjg]
Parece que quem deu mais atenção para ele foi a mídia estrangeira: na verdade, um site argentino foi mais rápido em postar um vídeo deste marco.
É uma pena, dada toda a expectativa que envolve o projeto Andar de Novo. O exoesqueleto BRA-Santos Dumont 1 foi testado desde janeiro com oito pacientes adultos da AACD, e um deles – Juliano Pinto, de 29 anos – foi quem deu o pontapé inicial.
Segundo o blog Imagine Só!, do Estadão, o exoesqueleto foi levado até o local do chute com auxílio de um carrinho motorizado, semelhante aos que são usados para carregar os jogadores machucados para fora do gramado. A assessoria de imprensa do projeto também confirmou que o movimento do chute foi mesmo o único realizado. Também se especula que o peso do conjunto formado pelo exoesqueleto e pelo paciente poderia danificar o gramado, o que impediu que o pontapé fosse dado em algum lugar mais “nobre” do campo.
A breve aparição gerou alguns questionamentos, como do blog Teoria de Tudo, da Folha:
Não é exagero dizer, porém, que a proposta de controle fino dos movimentos, a rigor, ainda não foi demonstrada. Nicolelis pode argumentar que ofereceu uma prova de princípio da viabilidade de sua tecnologia, e que o controle preciso é uma meta futura. Mas atingir um controle fino de movimentos não é apenas um avanço incremental neste caso. É a diferença entre vermos uma pessoa controlando uma prótese robótica e uma prótese robótica controlando uma pessoa, conforme argumentei aqui.
(…)
Juliano usava uma touca de captação de eletroencefalografia conectada à veste robótica, em vez de uma interface com eletrodos conectados ao cérebro, originalmente prometida pelo cientista. A tecnologia mais invasiva, dizia Nicolelis, proporcionaria mais precisão. A razão da mudança nunca ficou muito clara. O cientista nunca mencionou se houve receio de tentar aprovar às pressas no Conep (Comissão Nacional de Ética em Pesquisa) o uso de eletrodos invasivos em seus voluntários.
Nicolelis respondeu aos críticos em seu Twitter:
resumo: um brasileiro, portador de paralisia de mais da metade corpo, realizou um chute c/ um exo sob controle do cérebro e sentiu o chute.
— Miguel Nicolelis (@MiguelNicolelis) 13 junho 2014
quem definiu o teor da demonstração, a duração e a edição das imagns foi a FIFA. Reclamações sobre esses temas devem ser endereçadas a ela. — Miguel Nicolelis (@MiguelNicolelis) 13 junho 2014
todas as evidências do sucesso do projeto estão aqui: https://t.co/h4AjiR7dpV
— Miguel Nicolelis (@MiguelNicolelis) 13 junho 2014
A FIFA deveria responder pela edição das imagens que impediu q a demonstração fosse transmitida na integra. Responsabilidade é tda dela. — Miguel Nicolelis (@MiguelNicolelis) 13 junho 2014
mensagem final: o que foi prometido, foi entregue. Depois de 17 meses de trabalho insano, a missão foi cumprida integralmente.
— Miguel Nicolelis (@MiguelNicolelis) 13 junho 2014
Ainda assim, Nicolelis está orgulhoso:
We did it!!!! — Miguel Nicolelis (@MiguelNicolelis) 12 junho 2014
No vídeo abaixo, ele também lembra que este é apenas o começo. Saiba mais aqui sobre o exoesqueleto de Nicolelis, e aqui sobre a polêmica que rodeia o projeto. [UOL]
GIF via Gizmodo US
Acompanhe a cobertura da Copa na Trivela.
Atualizado em 13/06