WhatsApp não terá anúncios no chat, mas não descarta outras áreas do app
Aplicativos gratuitos costumam recheados de anúncios — o que pode comprometer a experiência do usuário. Mas a Meta garante que esse não vai ser o caso do WhatsApp. Bom, pelo menos, não no meio das conversas. É o que apontou o chefe da plataforma, Will Cathcart, em uma entrevista à Folha de S. Paulo.
Cathcart disse que o mensageiro não tem planos de apresentar anúncios entre as mensagens. Além disso, ele apontou duas fontes principais de receita do aplicativo: serviços extras para empresas e o acesso à API.
A afirmação vai contra uma matéria do Financial Times deste ano que afirmava a Meta pensava em incluir anúncios no app. Cathcart, porém, afirma que a empresa não considera “colocar anúncios na caixa de entrada”. Para ele, “as pessoas, quando abrem sua caixa de entrada, não querem ver propaganda”.
Na sequência, o executivo defendeu que o WhatsApp continuará gratuito. Também reforçou pela segunda vez que o mensageiro não terá anúncios na caixa de entrada e na “experiência de mensagens”. Mas não descartou a possibilidade de adicionar publicidade em outras áreas do aplicativo, como os canais e o Status.
“Por exemplo, canais poderiam cobrar para que as pessoas se inscrevam, poderiam ser exclusivos para membros pagos, ou os proprietários talvez queiram promover o canal. Mas, não, não vamos colocar anúncios na caixa de entrada”, disse ao jornal.
Brasil é o país do WhatsApp
A Meta geralmente não divulga dados sobre o uso do WhatsApp. Mas Will Cathcart deu uma palhinha: “o Brasil é o país do WhatsApp”. Segundo o executivo, no ranking global de usuários inscritos, o país fica atrás da Índia e da Indonésia . O Brasil, por outro lado, possui um uso per capita elevado.
“É o país que envia mais mensagens no WhatsApp. De longe, o Brasil é o país que mais envia mensagens de áudio no mundo, quatro vezes mais do que qualquer outro. “Hoje o Brasil é o país que envia mais mensagens que desaparecem no WhatsApp. O Brasil, por causa da intensidade do uso do WhatsApp, é fundamental.”
A Folha também perguntou sobre as legislações da Índia e do Reino Unido que podem resultar na quebra da criptografia de ponta a ponta. Cathcart apontou que as medidas são “preocupantes”.
“Não acho que seria apropriado nós podermos ver o que todos estão dizendo, seria perigoso. Se tivéssemos acesso ao que todos estão dizendo, hackers poderiam conseguir acesso, governos estrangeiros também”, explicou.