Zosurabalpina: conheça o novo antibiótico que mata até superbactéria resistente
Cientistas da Universidade de Harvard (EUA) e da farmaceutica Hoffmann-La Roche (Suíça), descobriram uma nova família de antibióticos que promete ser eficaz contra as superbactérias. O estudo, publicado na última semana na revista Nature, aponta que um novo antibiótico, a zosurabalpina, pode matar eficazmente a bactéria Acinetobacter baumannii.
Essa bactéria é conhecida por causar infecções hospitalares, afetando principalmente pessoas com sistemas imunológicos comprometidos, pacientes internados em unidades de terapia intensiva (UTIs).
O maior problema é que ela é resistente a uma classe de antibióticos de amplo espectro chamados carbapenêmicos. O patógeno é tão difícil de eliminar que a Food and Drug Administration, órgão equivalente à Anvisa dos EUA, não aprova uma nova classe de antibiótico para tratá-lo há mais de 50 anos.
Como o novo antibiótico funciona
Os pesquisadores explicam que as bactérias como a Acinetobacter baumannii possuem uma membrana citoplasmática que é rodeada por uma membrana externa. Isso bloqueia a entrada da maioria dos antibióticos
A zosurabalpina resolve o problema das defesas que normalmente tornam esta bactéria resistente com um mecanismo diferente.
A zosurabalpina inibe o crescimento da Acinetobacter baumannii. Assim, impedindo o movimento de grandes moléculas chamadas lipopolissacarídeos para a membrana externa, onde são necessárias para manter a integridade da membrana.
Dessa forma, isso faz com que as moléculas se acumulem dentro da célula bacteriana. Assim, os níveis na célula tornam-se tão tóxicos que a própria célula morre, sendo naturalmente ou com ajuda de outro antibiótico.
A zosurabalpina foi eficaz contra mais de 100 amostras clínicas da bactéria testadas, segundo a pesquisa. “A descoberta de medicamentos que tenham como alvo bactérias Gram-negativas nocivas é um desafio de longa data devido às dificuldades em fazer com que as moléculas atravessem as membranas bacterianas para atingir alvos no citoplasma”, dizem os pesquisadores no artigo.
Ainda não precisos novos estudos para garantir a segurança e a viabilidade da nova medicação, mas os cientistas estão confiantes de que este pode ser um novo caminho que pode revolucionar como tratamos as bactérias resistentes.