O Senado americano quer respostas sobre o controverso desempenho limitado dos iPhones

As consequências da decisão da Apple em limitar a performance de iPhones mais antigos cuja bateria degradou continuam a se empilhar apesar da companhia já ter emitido um pedido de desculpas. Desta vez, John Thune, senador presidente do Comitê de Comércio, Ciência e Transporte do Senado americano pede que a empresa forneça mais informações sobre […]

As consequências da decisão da Apple em limitar a performance de iPhones mais antigos cuja bateria degradou continuam a se empilhar apesar da companhia já ter emitido um pedido de desculpas. Desta vez, John Thune, senador presidente do Comitê de Comércio, Ciência e Transporte do Senado americano pede que a empresa forneça mais informações sobre o problema ao congresso.

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De acordo com informações da Reuters, Thune enviou uma carta para Tim Cook, CEO da Apple, nessa segunda (9) pedindo que ele explicasse “se o grande volume de críticas de consumidores depois de a empresa assumir o problema sugere que ela deveria ter sido mais transparente”. Ele também solicitou que a Apple esclarecesse se considerou lançar um programa de troca de baterias gratuito, descontos em novas baterias e se a companhia já ofereceu aos consumidores a opção de desconsiderar a atualização que limita a performance.

A carta de Thune provavelmente faz parte de um jogo político – mas o envolvimento do congresso causará novas dores de cabeça para a Apple, que já possui diversos processos e aumentam a possibilidade de estados aprovarem uma lei que facilita o reparo por conta própria ou por assistência de terceiros. Isso pode também criar novas especulações que a companhia deliberadamente escolheu limitar o desempenho dos aparelhos com pouca transparência para impulsionar consumidores a comprarem novos e mais caros modelos de iPhone.

A Apple apenas assumiu que estava limitando celulares com baterias gastas depois de empresas de benchmarking e detetives do Reddit demonstrarem que os celulares afetados de fato rodavam de forma mais lenta.

A empresa foi eventualmente forçada a se desculpar e diminuir o preço da troca de baterias de R$ 449 para R$ 149 – valor válido para modelos do iPhone 6 e superiores. Ela também prometeu atualizar o sistema operacional “com novas função que darão aos usuários maior visibilidade sobre o atual estado da bateria de seus iPhones, para que eles mesmos possam avaliar se sua condição está afetando o desempenho do aparelho”.

Além dos EUA, a Apple também tem enfrentado a fúria do governo francês e brasileiro. A França investiga se a companhia tem adiantado a obsolescência programada dos iPhone — a investigação teve iniciado depois de uma denúncia da associação francesa Halte à l’Obsolescence Programmée (Parem a Obsolescência Programada, em tradução livre) e será realizada pelo Ministério da Economia do governo francês.

No Brasil, o Procon-SP tentou notificar a Apple no início desse mês, mas tomou um belo drible da companhia – o órgão de defesa ao consumidor tentou entregar a notificação no escritório da empresa, mas a companhia se recusou a assiná-la.

Como apontou o The Verge, a Apple poderia ter evitado todo esse problema projetando celulares com baterias maiores que não degradam tão rapidamente ou facilitando sua troca. Outras companhias celulares, como a HTC e Motorola, insistem que não limitam o desempenho de seus aparelhos, mas ainda é incerto quão generalizada é a prática em companhias além da Apple.

[Reuters]

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