Ciência

41% das espécies de anfíbios estão ameaçadas de extinção, diz estudo

Salamandras e tritões formam o grupo mais ameaçado; extinção de anfíbios pode levar ao desequilíbrio ambiental
Imagem: Gary Tresize/ Unsplash/ Reprodução

Espécies de anfíbios em todo o mundo estão em uma situação crítica: cerca 40,7% delas estão ameaçadas de extinção. A informação é de um relatório publicado na revista científica Nature, que reúne as descobertas da segunda GAA2 (Avaliação Global de Anfíbios).

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O estudo envolveu mais de mil conservacionistas e especialistas. Eles avaliaram aproximadamente oito mil espécies de anfíbios que constam na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas, feita pela IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza), que é a autoridade global no tema.

O que diz o estudo

É possível dividir os anfíbios em três grupos principais. O mais ameaçado é o grupo de salamandras e tritões, com 60% dos animais ameaçados de extinção. Há também as rãs e sapos (39% ameaçados) e os cecilianos sem membros e serpenteantes (16% ameaçados).

Esta não é a primeira vez que pesquisadores avaliam a situação dos anfíbios a nível mundial. O primeiro relatório da GAA1 (Avaliação Global de Anfíbios) foi publicado em 2004. 

Nele, pesquisadores já relataram as ameaças aos anfíbios que, na época, eram atribuídas principalmente à perda e à degradação do habitat.

Agora, entre as causas do declínio da população desses animais, os pesquisadores também identificaram as mudanças climáticas. De acordo com o relatório, elas são responsáveis por 39% da deterioração do status dos anfíbios desde 2004.

Além disso, a perda de habitat causada por atividades agrícolas, a exploração de madeira e plantas continua responsável, causando cerca de 37% da diminuição da população de anfíbios no mundo.

A região mais afetada pela perda desses animais é a Neotropical, que se estende do deserto mexicano até o sul da América do Sul, na zona subantártica. 

Em geral, a maior porcentagem de espécies ameaçadas está concentrada nas ilhas do Caribe; na Mesoamérica (do sul da América do Norte até a América Central); nos Andes; nas montanhas e florestas de Camarões; na Nigéria; em Madagascar; no Sri Lanka; e também no centro e sul da China.

Desequílibrio ambiental

Na cadeia alimentar, os anfíbios desempenham papéis tanto de predadores quanto de presas. 

Em geral, eles são excelentes controladores de pragas, já que se alimentam de insetos, como mosquitos e moscas. Assim, diminuem a população daqueles que destroem colheitas e transmitem doenças.

Além disso, eles também servem de alimento para animais maiores, como aves e répteis. 

Segundo especialistas, os anfíbios são aliados, porque ajudam a entender a saúde do planeta. Isso porque eles são extremamente sensíveis às mudanças no ambiente.

Dessa forma, quando uma espécie está em perigo, é um aviso de que todo o ecossistema corre riscos.

“Quando protegemos e recuperamos os anfíbios, protegemos e restauramos ecossistemas terrestres e aquáticos, salvaguardamos a diversidade genética de nosso planeta e investimos em um futuro em que toda a vida – incluindo a vida humana – prospera”, disse Jennifer Luedtke, autora do estudo. 

Por isso, os cientistas pedem a ampliação massiva dos esforços de conservação desses animais. Agora, eles querem mobilizar recursos para encontrar espécies desaparecidas, proteger habitats e criar programas de reprodução das espécies.

Bárbara Giovani

Bárbara Giovani

Jornalista de ciência que também ama música e cinema. Já publicou na Agência Bori e participa do podcast Prato de Ciência.

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