A Covid-19 intensificou um problema que ganhou evidência por conta da pandemia: a escassez global de chips. Muitas empresas já admitiram que talvez não consigam entregar seus produtos pela falta de componentes. Agora, a Acer reforçou essa afirmação e diz que a produção de notebooks deve continuar afetada pelo menos até o primeiro ou segundo trimestre do ano que vem.
Em entrevista ao Guardian Australia, a diretora de operações da Acer, Tiffany Huang, declarou que a empresa “pode atender apenas 50% da demanda mundial”, e que essa lentidão poderá estar presente até o final de junho de 2022.
Huang observou que a pandemia de Covid-19 piorou a escassez de chips. Por conta disso, a companhia direcionou seu foco em 2020 para seu portfólio de produtos de educação, em vez de investir em monitores, notebooks e dispositivos para jogos, que respondem por uma boa parcela das vendas da fabricante.
“Enviamos milhões de dispositivos educacionais no ano passado [e] este ano. Isso ocorre porque acreditamos que as pessoas realmente merecem o direito de poder continuar a viver e a aprender”, disse a executiva. Lembrando que, na semana passada, a Acer revelou vários novos produtos, entre eles PCs e Chromebooks previstos para este ano.
Crise global de chips não deve terminar tão cedo
As principais fabricantes de componentes alertam que a escassez provavelmente não vai diminuir tão cedo, afetando qualquer mercado que depende de placas gráficas ou processadores para seus produtos.
Além da Acer, a Sony é uma das empresas que já declarou publicamente que não conseguirá atender a demanda de produtos, principalmente para o console PlayStation 5, até 2022. Em fevereiro, a Nvidia anunciou planos de relançar algumas de suas GPUs mais antigas para suprir a lacuna de lançamento até que a indústria global de chips se estabilize.
A Apple também estaria com problemas na fabricação de novos dispositivos previstos para este ano, entre eles MacBooks e iPads. E isso chama atenção porque a Apple é uma empresa que mantém uma boa cadeia de suprimentos. Só pelo fato da empresa não ter mais tanta facilidade nesse quesito, é porque a coisa está feia.