Google, Apple, qualquer um: consertem os terríveis carros “inteligentes” atuais
Na última vez que eu andei em um carro novo e chique, o display do automóvel tentou nos levar para um endereço incorreto a 60 km de distância. Demorou 15 minutos para inserir um novo endereço. Ele acidentalmente tentou fazer uma chamada. O estado atual dos carros “inteligentes” é horrendo, e chegou a hora de alguém consertar isso.
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O Google vem preparando há anos um carro autônomo, e anunciou no ano passado o Android Auto, que deixa os carros mais espertos. Este fim de semana, circularam rumores de que a Apple está trabalhando em um projeto secreto chamado Titan, para desenvolver o software de um veículo elétrico autônomo. A Microsoft também está de olho na área automotiva, e seu Windows Embedded está presente em alguns carros.
E sempre que vemos o que essas empresas prometem para os automóveis do futuro, algo fica muito claro: a tecnologia de interação com carros é um problema que precisa ser corrigido. As fabricantes tradicionais já estão embutindo esse tipo de tecnologia em seus carros – o problema é que elas estão fazendo um trabalho horrível.
Essas empresas correram para integrar interfaces touchscreen e reconhecimento de voz em seus carros e, na pressa, se esqueceram de pensar nas pessoas que vão usar esses recursos. São sistemas fragmentados e frustrantes: ícones estranhos, botões inescrutáveis, reconhecimento de voz confuso ou simplesmente ruim. Nenhum deles parece funcionar muito bem. A maioria de quem compra esses automóveis acaba se frustrando com os recursos inteligentes – ou pior, resolve ignorá-los completamente.
Há um ano, o designer de produto Geoff Teehan analisou a situação das interfaces para o carro. “Apesar do crescimento e maturidade da indústria de design, eu acredito firmemente que a maioria das interfaces automotivas na verdade pioraram nos últimos anos”, escreve Teehan, listando as muitas razões pelas quais a experiência de usuário nos carros é particularmente fraca, devido ao aumento exponencial de funções no painel, e devido às leis e regras sufocantes que as montadoras devem seguir.
This is the UI that comes with your new $250,000 McLaren. pic.twitter.com/aAcz9t8IDx
— Geoff Teehan (@gt) December 6, 2013
Esta é a interface que vem com uma McLaren de US$ 250.000.
This is the UI that comes with your new $200,000 Ferrari.
ht @leighshare pic.twitter.com/UQe3SpGc3t
— Geoff Teehan (@gt) December 6, 2013
Esta é a interface que vem com uma Ferrari de US$ 200.000.
Enquanto isso, a maioria das grandes montadoras está ignorando a forma mais interessante em que smartphones podem ajudar os motoristas: diagnósticos. Startups como a Automatic estão criando módulos plug-and-play que leem as informações do motor e do computador de bordo e reúnem tudo em um app, tornando a condução mais segura e reduzindo o consumo de combustível.
A Automatic está basicamente criando um HealthKit para o seu carro. Resta ver se a Apple, ou Google, ou qualquer outra grande empresa vai fazer isso também.
Nós temos um conjunto de problemas não-resolvidos que recaem principalmente nas áreas de experiência do usuário e desenvolvimento de software. Esse não é o forte das montadoras – mas é algo que Google, Apple e Microsoft sabem fazer muito bem.
O CarPlay, de certa forma, é uma versão mais superficial do que um carro movido a Apple poderia ser; é o iOS rodando no computador do carro, ainda limitado pelo próprio painel da montadora. O Android Auto é um caso semelhante:
É importante ressaltar que a Apple é uma empresa que desenvolveu, fabricou e vendeu centenas de milhões de versões de um produto que era completamente estranho para os consumidores há dez anos. E ela fez isso de uma forma hábil, tanto que é difícil lembrar como o iPhone parecia esquisito no início.
Então talvez a Apple esteja trabalhando em um carro. Talvez ele possa dirigir sozinho. Ou talvez o projeto Titan seja abandonado ao longo dos próximos anos, enquanto Google ou Tesla conseguem resolver este problema. Mas por favor, alguém tem que resolvê-lo.