Ansiedade, problemas de alimentação e sono atingem um terço do Brasil, diz Datafolha
Uma nova pesquisa do Datafolha revela dois cenários sobre saúde mental no Brasil: enquanto um terço da população enfrenta problemas com alimentação, sono e ansiedade, 70% ainda considera seu estado emocional como ótimo ou bom.
Os dados publicados pela Folha de S. Paulo evidenciam o contraste entre o relato dos sintomas e a percepção que os brasileiros têm de sua saúde mental, seu estilo de vida e problemas cotidianos.
Por um lado, a pesquisa reforça o estigma social de transtornos como ansiedade e depressão, que embora apareçam nos sintomas, não se refletem na maneira como os brasileiros analisaram sua saúde mental.
Por outro, os dados podem indicar também uma normalização do adoecimento.
Entenda a pesquisa
Entre os dias 31 de julho e 7 de agosto, o Datafolha coletou dados sobre a saúde mental de 2.534 brasileiros maiores de 16 anos. Para identificar quais os sintomas mais comuns entre eles, a pesquisa questionou aos participantes se eles sentem:
- Pouco interesse ou prazer em fazer as coisas;
- Triste, deprimido ou sem esperança;
- Dificuldade para dormir, manter o sono ou dorme demais;
- Cansado ou sem energia;
- Pouco apetite ou come em excesso;
- Mal consigo mesmo, ou que é um fracasso, ou que decepcionou a si mesmo ou sua família;
- Dificuldade em se concentrar em coisas como ler ou assistir TV;
- Sente que sua fala e seus movimentos estão lentos, ou o contrário, inquieto e agitado;
- Ansioso.
Principais resultados: a saúde mental do brasileiro
Em geral, 12% dos brasileiros apresentam ao menos 5 desses sintomas com frequência.
Além dos problemas de sono, alimentação e ansiedade, outros sintomas foram bastante citados. Cerca de 20% dos participantes têm dificuldade de manter a atenção e a concentração. Enquanto isso, 25% relataram ter pouco interesse e prazer em fazer as coisas.
Com todas essas questões apontadas, apenas 21% dos brasileiros entrevistados relataram ter frequentado um profissional de saúde mental no último ano. O número é maior entre pessoas de 25 a 34 anos, atingindo 28% dos entrevistados.
De modo geral, a pesquisa do Datafolha traça um perfil de quem é mais afetado pelo modo de vida no Brasil, com recortes de gênero e renda. Os impactos são maiores entre as mulheres e entre aqueles pertencentes às classes D e E.