Após bater o pé para concluir compra, Elon Musk desiste do Twitter
Ao que parece, a novela envolvendo Elon Musk e a compra do Twitter chegou ao seu capítulo derradeiro — e ele está longe de ter um final feliz. Segundo reportou a Bloomberg, Musk enviou uma nota ao Twitter avisando formalmente que está desistindo do acordo de aquisição. A informação foi divulgada no final da tarde desta sexta-feira (8).
A carta, de acordo com a Bloomberg, diz que o Twitter “representou de forma enganosa” o número de bots na plataforma e não “cumpriu suas obrigações contratuais”.
Como você leu aqui no Gizmodo Brasil, o bilionário sul-africano tinha concordado pagar US$ 44 bilhões para arrematar 9,6% das ações da rede social.
De início, Musk comemorou a notícia no Twitter, dizendo que a mudança poderia ser um passo importante para a liberdade de expressão na plataforma. Mas não demorou muito para que surgissem pedras no caminho.
Uma das principais exigências de Musk para concluir o negócio era que a rede social do passarinho azul tomasse providências em relação àquilo que considerava um alto número de contas fake, bots e derivados.
“O acordo não pode avançar até que ele faça isso”, disse Musk, em seu perfil, no último mês de maio. “Ele”, no caso, faz referência ao CEO do Twitter, Parag Agrawal. Segundo Musk, Agrawal se recusava a dar provas de que menos de 5% das contas são falsas.
Esta semana, para cumprir as exigências da aquisição, o Twitter disse que estava removendo 1 milhão de contas de spam todos os dias. A rede social reafirmou ontem que o nível de contas spam estava abaixo dos 5% — e não acima, como sempre disse Musk.
A notícia vem após o jornal americano The Washington Post ter divulgado, mais cedo, que a compra corria riscos. A equipe eleita de Musk responsável pela auditoria das contas falsas do Twitter teria concluído que elas não é verificável.
Para desistir do acordo, Musk deve pagar cerca de US$ 1 bilhão. Não que vá fazer alguma falta para seu patrimônio, que supera os R$ 224 bilhões. Mas é um valor considerável para um projeto que, literalmente, sequer saiu do papel.
Um contra? Não é desta vez que veremos um CEO que realmente é um heavy user da rede social que chefia à frente dos negócios. Um pró? Bem, toda essa liberdade que Musk dizia querer para o Twitter não era lá mesmo um bom negócio na visão de especialistas — que temiam o aumento de discursos de ódio e desinformação.