Apple compra divisão de modems da Intel por US$ 1 bilhão de olho no 5G em iPhones
A Apple anunciou na noite desta quinta-feira (25) que comprou a divisão de modems de smartphone da Intel. A operação avaliada em US$ 1 bilhão fará com que quase 2.200 funcionários da Intel se juntem à Apple, e também incluem propriedade intelectual e equipamentos. O negócio ainda precisa ser aprovado por órgãos regulatórios.
A notícia em si não surpreende, pois ouvimos falar de que a Apple estaria interessada na divisão de modems da Intel já há um tempo. A aquisição tem relação com o desejo da Apple de cada vez mais ter controle sobre as tecnologias primárias presentes em seus produtos e do desejo da empresa de ter seus próprios chips 5G.
Importante lembrar que este movimento deve auxiliar a companhia a se livrar da dependência da Qualcomm, que é líder no ramo de chips.
Em abril, Apple e Qualcomm chegaram a um acordo após uma briga judicial iniciada em 2017. Em resumo, a Apple acusava a Qualcomm de cobrar altas taxas de licenciamento de patentes de tecnologia. A situação entre as empresas foi resolvida depois de firmarem um acordo de licenciamento com validade de seis anos. Logo depois do anúncio, a Intel, que trabalhava desenvolvendo modems para iPhones, anunciou que não fabricaria mais modems 5G para smartphones.
Como nota o ArsTechnica, a Intel entrou no ramo de modems após ter comprado uma empresa chamada Infineon há dez anos. A ideia era tentar competir com a Qualcomm, mas nunca conseguiram bater de frente com a companhia no ramo de smartphones. Prova disso é que quase todos os iPhones tinham chip de internet móvel da Qualcomm. Apenas nos últimos anos que a Apple passou a diversificar e contar com telefones com chips das duas empresas, com a opção Intel oferecendo performance menor.
Apesar de ter vendido a divisão de modems para smartphone, o acordo entre Apple e Intel permite que a líder de processadores para PCs desenvolva tecnologias de modem para computadores, veículos autônomos e dispositivos de IoT (Internet das Coisas).
“Este acordo permite que nos concentremos em desenvolver tecnologias para redes 5G, enquanto mantemos nossa propriedade intelectual crítica e tecnologias de modem que nossa equipe criou”, disse Bob Swan, CEO da Intel, em um comunicado.