Após polêmica, Apple será mais justa com artistas no Apple Music

Os usuários poderão testar o Apple Music de graça, mas nada do que eles ouvirem nesse período reverteria em royalties para os artistas.

No início do mês, o serviço de streaming Apple Music foi anunciado com muita fanfarra sem mencionar um detalhe crucial: os usuários poderão testá-lo de graça, mas nada do que eles ouvirem nesse período vai reverter em royalties para os artistas independentes. Isso irritou muita gente, e a Apple resolveu mudar os planos… por causa de Taylor Swift.

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O Apple Music terá um plano gratuito que é basicamente a rádio Beats 1, e um plano pago que oferece três meses grátis. Segundo um contrato vazado entre a Apple e gravadoras independentes, os artistas receberão zero dólares do que usuários ouvirem nesse período gratuito: “nenhuma taxa de licença ou de royalty será devida”, diz o documento. (As grandes gravadoras fecharam acordos separados.)

Na semana passada, a Beggars Group – empresa que representa artistas indies como Adele, Beck, Radiohead, Strokes, White Stripes, entre outros – divulgou um comunicado dizendo: “claro que estamos muito preocupados… que todo o streaming no novo serviço não será remunerado até o fim de setembro”. Por isso, eles ainda não fecharam contrato para participar do Apple Music; outras gravadoras indies fizeram o mesmo.

Mas foi só quando Taylor Swift se manifestou neste domingo (21) que todos ouviram – e a Apple reagiu. Talvez você conheça a cantora por sua polêmica envolvendo o Spotify: há alguns meses, ela retirou todos os álbuns do serviço de streaming. “Eu simplesmente não concordo em perpetuar a percepção de que a música não tem valor e deve ser gratuita”, disse ela na época.

E Taylor Swift tem poder no mundo da música. Oito meses após o lançamento de seu novo álbum, ele ainda está no top 10 em vendas nos EUA. Foram mais de 5 milhões de unidades vendidas até agora, o maior sucesso dos dois últimos anos – tudo isso em uma era na qual o streaming e a pirataria estão tendo um impacto nas vendas.

No Tumblr, ela diz:

Estas não são as queixas de uma criança petulante e mimada. Estes são os sentimentos que ecoam de cada artista, escritor e produtor nos meus círculos sociais que têm medo de falar publicamente porque nós admiramos e respeitamos tanto a Apple…

Três meses é muito tempo para não ser remunerado, e é injusto pedir a alguém para trabalhar de graça. Eu digo isso com amor, reverência e admiração por tudo o que a Apple já fez. Espero que em breve eu possa me juntar a eles rumo a um modelo de streaming que seja justo para aqueles que criam música.

Outros artistas e gravadoras se juntaram no coro de insatisfeitos:

E então, no domingo à noite, a Apple respondeu: “o #AppleMusic vai pagar aos artistas pelo streaming, mesmo durante o período de teste gratuito”, disse Eddy Cue – o conserta-tudo da empresa – no Twitter.

Cue disse em uma entrevista ao Re/code que a Apple vai pagar os artistas independentes de forma diferente no período gratuito: será com base na quantidade de vezes que os usuários ouvirem cada música, em vez de uma porcentagem fixa da receita. (Os acordos com grandes gravadoras serão mantidos.) Taylor Swift parece satisfeita.

Talvez isso não seja o bastante para garantir que todos os artistas independentes entrarão no Apple Music, mas é algo bem mais justo – especialmente dado que a Apple tem US$ 194 bilhões em caixa.

Nos EUA, o Apple Music promete pagar 71,5% da receita com assinaturas às gravadoras (o Spotify paga 70%). Fora do país, espera-se que a média fique em 73%.

O Apple Music será lançado em 30 de junho. [Re/code]

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