As biografias de heróis das Copas
Alguns grandes jogadores das Copas do Mundo mereceram belas biografias, entre tantas corriqueiras ou “chapa branca”. Algumas foram autobiografias, outras feitas por autores dedicados ao personagem. Aqui selecionamos livros dignos de qualquer estante.
Estrela Solitária: Um Brasileiro Chamado Garrincha
Uma das melhores biografias do futebol, feita com detalhismo e distanciamento crítico pelo jornalista Ruy Castro e publicada em 1995. O maior jogador brasileiro depois de Pelé (que, infelizmente, ainda não teve uma biografia realmente digna) e figura fundamental nas Copas de 1958 e 1962 é descrito em todos os seus momentos fenomenais e todos os seus defeitos.
A glória de cinco anos espetaculares (1957 a 1962) de Garrincha está ali. Assim como sua decadência com problemas nos joelhos e o mergulho progressivo no alcoolismo. A reta final do livro pode ser deprimente, mas é autêntica e não passa pano no que Garrincha teve de culpa em sua marcha até o túmulo em janeiro de 1983, com apenas 49 anos.
Doutor Sócrates: A Biografia
Outro personagem enorme da Seleção Brasileira nas Copas de 1982 e 1986, além de sua atividade engajada como cidadão e como líder da Democracia Corinthiana. O jornalista escocês Andrew Downie, correspondente no Brasil há anos, dissecou o jogador e o homem em seu livro lançado no exterior em 2021 e felizmente publicado no Brasil pela Editora Grande Área.
Johan Cruyff 14: A Autobiografia
Um gênio dentro e fora de campo. Em sua autobiografia, Cruyff descreve como foi construída a seleção da Holanda de 1974, a Laranja Mecânica. E como ele, no papel de técnico, montou o Barcelona do começo dos anos 1990 e incutiu todos os seus conceitos na cabeça de um certo Pep Guardiola, seu volante naquele time.
Ruud Gullit: How to Watch Soccer
Outro holandês de primeiro nível, Gullit deixou seu testamento de como o futebol moderno funciona. Além de expor o que rolou na Holanda campeã da Euro de 1988 e na que fracassou na Copa do Mundo de 1990.
Bobby Moore: The Man in Full
Uma excelente biografia do capitão da Inglaterra que levantou a Taça Jules Rimet em 1966, escrita por Matt Dickinson. Acompanha a trajetória de Moore como zagueiro do West Ham United e da seleção, seu momento de exemplo imaculado para a nação, sua desenvoltura na Copa de 1970. E chega aos momentos do excesso alcoólico, dos maus negócios, da incapacidade de se manter como comentarista e colunista de jornal. Ótimo retrato do que se esconde por trás de um símbolo nacional.
Yo Soy El Diego
Uma autobiografia de Maradona em que ele se abre totalmente. Da frustração de não estar na Copa de 1978 ao fracasso de 1982 e o triunfo de 1986. Sem falar no relato sobre a Copa de 1990 e a confissão do truque da água batizada no cantil dado a Branco, que deixou o lateral brasileiro grogue pelo resto do jogo.
Di Stéfano
Mas Di Stefano nunca jogou Copa! Não jogou, mas estava inscrito entre os 22 da Espanha na Copa de 1962 e não entrou em campo por contusão. Esta biografia de Ian Hawkey conta a história do argentino do River Plate e do Real Madrid que é considerado um dos melhores jogadores de todos os tempos. Que nunca pisou em campo numa Copa. Problema da Copa.