Astrônomo desapareceu no deserto do Chile há 3 semanas sem deixar pistas
Autoridades estão há quase três semanas em busca de um astrônomo que desapareceu misteriosamente no deserto chileno. O britânico Tom Marsh, de 60 anos, é astrofísico da Universidade de Warwick, no Reino Unido, e trabalha no Chile como astrônomo visitante do Observatório Europeu do Sul (ESO).
Marsh foi visto pela última vez no dia 16 de setembro, durante uma visita ao Observatório de La Silla – localizado a cerca de 150 km da cidade chilena de La Serena, nos arredores do deserto do Atacama. Ele havia chegado ao Chile dois dias antes e desapareceu sem deixar pistas, afirmou o jornal britânico The Mirror.
As buscas estão sendo feitas pela polícia e o exército do Chile, e contam com o apoio da polícia britânica, do Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido, além da Interpol. A operação tem usado cães, drones e aviões com capacidade para captar imagens térmicas.
O passaporte do britânico foi encontrado no hotel, o que indica que ele não deve ter deixado o país. Além disso, as chaves do quarto estavam no observatório. Há indícios de que ele poderia ter feito uma caminhada pelo pico Cerro La Silla, onde fica o observatório.
Segundo a família do astrônomo, Marsh era um caminhante experiente, e que ele podia cobrir distâncias significativas. Por isso, as buscas têm se concentrado nos arredores do pico, onde ele pode ter iniciado uma caminhada por uma estrada asfaltada, antes de se embrenhar pela ravina chilena.
A investigação procura pistas em lugares que ele conhecia ou que gostaria de fazer trilhas, tendo como base depoimentos da família e de amigos. Além disso, as autoridades refazem o caminho entre o observatório e o hotel que Marsh estava hospedado.
De acordo com o jornal local El Dia, a área de busca se estende por 3 mil hectares e tem mobilizado mais de 70 pessoas. Geralmente, a maioria dos desaparecimentos na região são resolvidos em poucos dias, a uma taxa superior a 90%. Porém, também há casos de pessoas que desapareceram do deserto há vários anos e que, até hoje, não foram localizados os corpos. É o caso, por exemplo, do argentino Marcos Roldan, que desapareceu em 2013, no Vale do Elqui.
A última pessoa a falar com Marsh foi um estudante que o acompanhou durante a viagem ao Chile, mas que atualmente não está mais no país. Segundo fontes, este estudante teria tido uma discussão com o astrônomo desaparecido, mas o incidente não levanta suspeitas de um crime.
Apesar dos vários dias desaparecido, o Procurador Regional de Coquimbo, no Chile, Adrián Vega, afirmou que ainda há esperanças de encontrar o astrônomo vivo. Tom Marsh trabalha na área de astrofísica observacional, tendo feito pesquisas pioneiras em sistemas estelares binários nos últimos trinta anos.
Marsh é fundador do grupo de astronomia e astrofísica da Universidade de Warwick. Ele também foi o responsável por desenvolver uma nova técnica astronômica chamada de “Tomografia Doppler”, o que permitiu estudar com mais detalhes sistemas estelares contendo anãs brancas, estrelas de nêutrons e buracos negros – técnica esta que lhe conferiu a Medalha Herschel da Royal Astronomical Society, em 2018.